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Delta adquire BestDeal e vai criar varejista visando a portabilidade de energia
Foto: Virmones Tavares, Sócio Fundador da BestDeal e Alfredo Silva, Diretor de Tecnologia na Delta
O grupo Delta Energia acaba de adquirir a BestDeal Technologies, empresa dedicada ao desenvolvimento de produtos para o mercado de telecomunicações, energia e indústria, e que vai ajudar o grupo a oferecer soluções tecnológicas quando o mercado livre for acessível a todos os consumidores, o que deve ocorrer daqui a, no máximo, cinco anos, avaliam os dirigentes das duas empresas.
Confira a matéria publicada pelo jornal O Estado de S.Paulo AQUI
Fonte: O Estado de S.Paulo | Coluna do Broadcast
Autor: Denise Luna
Livre escolha tem de chegar ao consumidor de baixa tensão
“Passou da hora de o consumidor brasileiro de energia elétrica ter liberdade de escolha. O Projeto de Lei 414/2021, que discute a portabilidade da conta de luz e moderniza o marco regulatório do setor elétrico para ampliar o mercado livre, foi apontado como uma das prioridades do governo federal na agenda legislativa deste ano.”
Confira o artigo completo publicado pelo jornal Valor Econômico aqui
Fonte: Valor Econômico Online
Autor: Luiz Fernando Vianna, presidente da Delta Geração
Reativação de usina ajuda na geração de empregos, ICMS e produção de energia, diz governador
Com a presença do ministro de Minas e Energia, Bento Albuquerque, o governador Reinaldo Azambuja participou nesta quarta-feira (28) da cerimônia de reativação da usina termelétrica William Arjona, em Campo Grande. A unidade vai converter gás natural em energia e assim contribuir com o setor elétrico de Mato Grosso do Sul, além da geração de empregos e arrecadação ao Estado.
Confira a notícia na integra aqui.
Fonte: Metrópole MS
Autor: Leonardo Rocha
Consumidor terá custo extra, mas usina de gás compensa, avalia Delta Energia
Usina de gás é alternativa diante da crise energética em virtude dos baixos níveis de água nas hidrelétricas.
Confira a notícia na íntegra aqui
Fonte: Campo Grande News
Autor: Caroline Maldonado e Gabriela Couto
Os planos da Delta Energia para o mercado de energia do Brasil
(…) Esta semana a empresa entrará no segmento de geração de energia reiniciando as operações da usina a gás natural William Arjona, em Campo Grande, Mato Grosso do Sul.
Nesta entrevista à BNamericas, o presidente da unidade Delta Geração, Luiz Fernando Leone Vianna, fala sobre o empreendimento e os planos de negócios da empresa, que incluem projetos de energia renovável.
Confira a notícia na integra aqui.
Fonte: BN Américas
Autor: João Montenegro
Crise hídrica volta a colocar comercializadoras em foco
A crise hídrica e a escalada nos preços de energia para compensar o acionamento das usinas termelétricas, em meio à baixa geração hidrelétrica, geram questionamentos no setor sobre a saúde financeira das empresas comercializadoras de insumo. O receio recai sobre a capacidade das companhias de honrar obrigações assumidas para compra e venda de energia no mercado livre.
Confira a notícia na integra aqui.
Fonte: Valor Econômico
Autor: Gabriela Ruddy
Com risco de racionamento, até termelétrica desligada há quatro anos volta a operar
Em 2017, as máquinas foram desligadas, os empregados foram embora e a dona doempreendimento na época justificou a decisão à Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel),com o argumento de que a usina não era economicamente viável diante dos valores do gás natural.
Fonte: Globo.com
Autor: Janaína Laje
Confira a noticia na integra aqui.
Delta estrutura fundo ESG no setor de energia limpa
(…)Até o momento, a empresa tem cerca de R$ 2 bilhões sob gestão, com cinco produtos. Para atingir o objetivo, a companhia optou por trazer executivos do mercado financeiro para sua alta administração(…)
Confira a notícia na íntegra aqui.
Fonte: Valor Econômico
Autor: Gabriela Rudy
Abraceel elege novo Conselho de Administração
A Abraceel comunicou que seu novo Conselho de Administração foi eleito nesta quinta-feira, 11 de março, para o biênio 2021-2023. O evento, que foi realizado integralmente de forma virtual, reelegeu Ricardo Lisboa como presidente.
A associação informou que estavam aptos a se candidatar os representantes oficiais das empresas associadas. A abertura para as candidaturas ocorreu no dia 08 de janeiro de 2021 e foi finalizada no dia 09 de março. Durante esse período, 14 candidaturas foram apresentadas.
Segundo o regimento da Abraceel, o Conselho de Administração tem como missão definir a orientação estratégica da entidade, com base nas diretrizes dos associados, e supervisionar as políticas implantadas pela diretoria executiva, proteger e valorizar o patrimônio da associação, devendo desenvolver suas funções de forma a promover o seu objeto social, além de assegurar o cumprimento do Estatuto Social e do Código de Ética.
A Abraceel destacou que o trabalho do conselho é aconselhar e fiscalizar a diretoria na orientação geral dos negócios da associação e decidir sobre questões estratégicas, visando promover e observar o objeto social do grupo e zelar pela sua perenidade, dentro de uma perspectiva sustentável dos interesses sociais da entidade.
O quadro do novo Conselho de Administração da Abraceel, que é composto por oito membros, ficou da seguinte forma: Ricardo Lisboa – Delta Energia (presidente); Paulo Tarso – Vivaz Energia; Alessandro de Brito Cunha – BC Energia; Daniel Marrocos – Newcom Energia; Eduardo Diniz – Votorantim Energia; Camila Schoti – Eneva; Paulo Toledo – Ecom Energia; Ricardo Motoyama – CPFL Soluções
Fonte: Canal Energia
Especial: abertura do mercado de gás anima comercializadoras de energia
(…)
Este é o caso, do Grupo Delta, que fez uma preparação e apenas aguarda o melhor momento para atuar no mercado de gás. De acordo com o presidente da Delta Energia Asset Management, Luiz Fernando Vianna, a companhia adquiriu a termelétrica William Arjona, de 190 megawatts (MW) e trabalha na modernização do empreendimento para colocá-lo novamente em operação comercial a partir de junho.
Além da atuação com geração térmica, a Delta estuda como poderá atuar na venda de gás para consumidores livres, assim como já faz no mercado de energia elétrica. “Temos muito interesse e sempre acreditamos no mercado de gás, a gente entende que ele vai acontecer”, comentou. (…)
Para conferir a reportagem completa, acesse o Broadcast:
http://broadcast.com.br/
Fonte: Broadcast
Débora Mota, da Delta Energia: mais tempo para avaliar impactos do PLD horário
Os primeiros 30 dias do valor calculado via modelo Dessem apresentaram um comportamento dentro do esperado e sem grandes variações
Para ouvir o podcast, acesse o link abaixo:
https://www.canalenergia.com.br/radio/53162207/debora-mota-da-delta-energia-mais-tempo-para-avaliar-impactos-do-pld-horario
Autor: Mauricio Godoi
Fonte: Canal Energia
PLD Horário: o primeiro mês de um novo mercado
Avaliação é de que os primeiros 30 dias foram de normalidade e soma-se a isso um ambiente com derivativos, solução dos débitos do GSF e a expectativa de avanço nas reforma para creditar 2021 como um ano positivo
Para ter acesso à entrevista completa, acesse o link abaixo:
https://www.canalenergia.com.br/especiais/53162120/pld-horario-o-primeiro-mes-de-um-novo-mercado
Autor: Maurício Godoi
Fonte: Canal Energia
Os fundos de investimento e a ampliação do mercado livre de energia – uma sincronia racional, por Thaís Mélega Prandini
O mercado livre de energia está vivendo um momento de transformação, ganhando mais força para sua sustentação futura, aliando o desejo de liberdade dos consumidores em consonância com as mudanças na regulamentação setorial.
Historicamente, a competição no mercado brasileiro se implantou com a estrutura denominada “mercados paralelos”, onde coexistem os dois mercados de energia, mercado livre e o mercado cativo.
Este processo se iniciou com a Lei 9.074/95 que definiu a criação do consumidor livre de energia.
Mesmo já existindo a possibilidade de migração para mercado livre, nos primeiros anos após a publicação da lei, esse mercado pouco avançou.
Apenas ao final de 1998 ocorreu a primeira migração de um consumidor cativo para o mercado livre. Esse mercado evoluiu a passos modestos na primeira década após sua publicação.
Em 2004 ocorreu a reformulação do setor elétrico brasileiro, sustentada pela Lei 10.848/04 e pelo Decreto 5.163/04.
Essa reformulação manteve o conceito de “mercados paralelos” e adicionalmente, foram definidos dois ambientes de comercialização: o ACR, Ambiente de Comercialização Regulado, e o ACL, Ambiente de Comercialização Livre. Essa lei também incorporou a figura do autoprodutor de energia ao ACL.
Nessa época, usualmente o mercado livre de energia era abastecido por energia proveniente de hidrelétricas existentes e de pequenas centrais hidrelétricas (PCH), com sua energia vinda de autoprodução ou negociação com grandes geradores.
Os primeiros movimentos de migração foram realizados pelos grandes consumidores.
Na década de 2000, o mercado livre começou seu desenvolvimento mais amplo, e em 2008 atingiu quase 30% de participação no consumo de energia.
O mercado comprador já estava divido em dois segmentos: os consumidores livres convencionais e os especiais.
Os limites de participação continuavam os mesmos do início da liberdade aos consumidores:
- (i) capacidade instalada ≥ 3 MW para os convencionais;
- (ii) capacidade instalada ≥ 0.5 MW para os especiais com a escolha de fornecedor de fontes “incentivadas” renováveis – sendo possível um consumidor ou grupo de consumidores compartilhando os mesmos interesses “de fato ou de jure”;
- (iii) escolha livre de qualquer fornecedor;
- (iv) preço da energia livremente negociado;
- (v) possibilidade de investimento em geração como autoprodutores;
- (vi) possibilidade de compra de energia de fontes “incentivadas” renováveis com subsídios nas tarifas de transporte: descontos de 50% a 100%;
O mercado livre foi avançando no segmento de varejo (especiais) com a queda de preços de energia na geração, impulsionado pela fonte eólica, que atingiu um preço competitivo com hidrelétricas em meados da década de 2010.
As eólicas têm uma maior simplicidade na construção, comparada as hidrelétricas, não são sujeitas a contratos de concessão e começaram a despontar como fontes simples, baratas e com poucos riscos para os investidores.
Algumas estruturas para a comercialização de energia de eólicas começaram a serem estudadas, incluindo alternativas societárias para autoprodução de energia.
A fonte solar atualmente segue o mesmo caminho de sucesso das eólicas.
O movimento de crescimento do mercado livre não para por aí, já existe uma Portaria do MME, que reduziu os limites de liberalização de mercado para o consumidor livre convencional para 2 MW.
Liberações progressivas já previstas irão igualar os mercados livre convencional e especial até 2022, e após 2024 a ANEEL foi designada pelo MME para regular a liberação de cargas menores que 500 kW, face as necessidades de sustentabilidade das distribuidoras nos quais se encontram hoje estes consumidores.
Claramente, estamos numa “rota do varejo” para o ACL.
Evidentemente existem desafios novos no ACL para as renováveis, os quais podemos citar:
- (i) dificuldade em realizar contratos de prazos mais longos – financiabilidade mais complexa para projetos novos;
- (ii) questões comerciais mais complexas – risco de submercado, mudança de precificação, modulação e sazonalização do contrato, garantias financeiras, dentre outras;
- (iii) a autoprodução está se tornando uma realidade para consumidores de médio porte – a estruturação é mais complexa do que um contrato bilateral;
- (iv) o mercado é pulverizado e heterogêneo em termos de necessidade de contratação, aversão ao risco, percepção de preços, e capacidade financeira;
- (vi) a gestão dos contratos exige uma visão operacional mais intensa e detalhada para um número maior de clientes;
São novos desafios, mas superáveis com uma estruturação adequada como, por exemplo, um fundo de investimentos junto com uma operação de comercialização de energia.
Nesse contexto, mesmo havendo energia incentivada, a principal barreira de expansão da geração para o ACL ainda é a financiabilidade.
Historicamente, os projetos de infraestrutura do setor sempre foram apoiados por bancos de desenvolvimento, tendo seu principal financiador, BNDES e, nos últimos anos, uma participação forte do BNB, devido ao crescente desenvolvimento de renováveis no Nordeste.
Os bancos de desenvolvimento usualmente exigiam contratos de venda de energia de longo prazo para assegurar a operação.
Os contratos de longo prazo foram em sua maioria firmados no ambiente regulado, onde as distribuidoras adquiriam energia para suprimento do mercado cativo, através de leilões públicos.
A duração dos contratos era um ponto fundamental que não encontrava sinergia no ACL, e está sendo superada com novos mecanismos de mercado que sejam aceitos pelos financiadores.
O próprio BNDES mudou suas linhas de crédito reconhecendo algumas tradições do ACL, como por exemplo, liberação de crédito com a utilização de um “PLD suporte” próximo da média para a parte totalmente descontratada e, além disto, o reconhecimento de projetos com compromissos de comercialização de contratos com diferentes durações e precificação adotados pelo BNDES.
O financiamento voltado ao ACL só é possível numa estrutura de financiamento flexível que permita uma gestão de contratos com múltiplas características possibilitando uma circulação maior da energia entre o ACR e o ACL.
Atualmente os preços são correlacionados com o perfil de compra do ACR, entretanto os vendedores são os mais adequados para formar o preço e condições de venda numa competição.
A arbitragem por melhores condições de preço futuro vis a vis margens de lucro estariam liberadas e os preços estariam mais próximos do custo marginal da expansão.
Usualmente, o preço de energia é sustentado no equilíbrio econômico para venda de longo prazo, no entanto contratos de diferentes preços e durações podem ser enquadrados durante o período de amortização da dívida.
Quando existe a liquidação da dívida e liberação de caixa para outros riscos, o custo caixa é bem mais baixo, permitindo novas operações. Para enfrentar estes novos desafios, deve haver uma gestão eficiente de riscos do capital do acionista ao longo da vida útil do projeto.
A sinergia entre fundos de investimentos e operações de comercialização demonstra ser um caminho a ser desenvolvido de modo a financiar a expansão do ACL.
Atualmente é percebido um aumento na quantidade de fundos de investimentos voltados para a expansão de geração de energia destinada ao mercado livre. Nos próximos anos irá existir uma sincronia perfeita entre a criação dos fundos de investimento e o esperado crescimento do ACL, no segmento do varejo.
O momento atual é marcado por um forte apetite do setor financeiro e de empresas nacionais e estrangeiras, que formam parceria ou sociedade com grandes comercializadoras de energia.
O mercado já apresenta um número representativo de instituições financeiras que fizeram alianças com comercializadoras para oferecer uma gama de produtos financeiros para o setor.
Pode se destacar o BTG Pactual, Credit Suisse, Pátria Investimentos, Brasil Plural dentre outros que estão atuando fortemente nesse mercado. Alguns bancos como Santander, Itaú e Banco ABC também já divulgaram a criação de comercializadoras de energia em seus grupos.
A entrada de instituições financeiras traz ao setor energético novos players com produtos financeiros diferenciados que permite o desenvolvimento e expansão do mercado livre, aumentando a competição nesse setor e permitindo ao consumidor final, um leque de opções para contratação de energia. Produtos como debêntures de infraestrutura dentre outros, começaram a fazer parte do dia a dia de projetos.
Esse é o futuro no financiamento do mercado livre nesta nova rota de expansão no varejo na próxima década.

Fonte: EPR
Autor: Thaís Prandini (Delta Energia Asset Management)
Por que é importante falarmos da conversão da MP 998 em lei?
Estamos a poucos dias de encerrar 2020. Um ano diferente, marcado por desafios e aprendizados, muitos dos quais advindos da pandemia da Covid-19. No cenário político e econômico muitos foram os impactos da crise no Brasil e no mundo. Fato é que tivemos de reaprender e ainda estamos em processo de adaptação para manter a engrenagem funcionando. Apesar do novo cenário e de todas as transformações, o tempo não para. Precisamos seguir.
No Congresso Nacional já estão em tramitação pautas urgentes, com vistas ao período de recesso parlamentar. Um dos assuntos que retornou para discussões esta semana na Casa e, que, a meu ver, merece olhar atento dos parlamentares é a Medida Provisória 998. Esta possui diversos dispositivos que beneficiam o consumidor de energia elétrica. Portanto sua aprovação, se faz necessária.
Há vários motivos para defendermos a conversão da MP em lei. Por um viés de análise macro do setor elétrico, temos confiança no segmento, sobretudo na expansão do mercado livre. Este é um mercado em ascensão, que em 2019 teve um crescimento de 6% e movimentou R$ 134 bilhões, segundo a Associação Brasileira dos Agentes Comercializadores de Energia (Abraceel).
Se aprovada, a MP 998 garantirá que todos os consumidores do País sejam contemplados pelas medidas de alívio tarifários da lei, de forma perene, com custos menores. A redução tarifária será significativa em estados da região Norte em 2020, e, não fossem as diretrizes da MP 998, Roraima e Amazonas teriam aumento tarifário expressivos neste ano.
Outro ponto importante é que essa medida reconhece que os consumidores de distribuidoras recém-privatizadas e das que estão em processo de privatização não podem ser penalizados pela ineficiência dos antigos concessionários. A conversão da medida em lei cria mecanismos para que esses consumidores tenham a recuperação da qualidade da prestação do serviço, sem os aumentos que seriam inevitáveis, caso não houvesse a MP.
Também deve ser considerado, neste cenário, o movimento de abertura do mercado, a chamada portabilidade das contas de luz. Os consumidores poderão, de forma progressiva, deixar de receber a energia por meio das distribuidoras para passar a comprar no mercado livre. Atualmente, a energia “mais cara”, que traz confiabilidade ao sistema, vem sendo contratada apenas no mercado regulado pelas distribuidoras. Assim, a MP 998 versa sobre a contratação de reserva de capacidade, rateada entre todos os usuários finais.
A crise no Amapá é um exemplo de “sinal de alerta” para a segurança do setor elétrico nacional. Os dispositivos da MP 998 preveem contratação de reserva local para situações emergenciais como a ocorrida no estado da região Norte, a partir da contratação da reserva de capacidade. Entende-se que, nessas ocasiões, talvez a solução seja não apenas reforçar a transmissão, mas pensar numa reserva local para momentos emergenciais.
Considerando também o crescimento do mercado livre, os descontos sobre tarifa fio decorrentes da energia incentivada já representam, em 2020, uma despesa de R$ 4,2 bilhões do orçamento de R$ 22 bilhões da Conta de Desenvolvimento Energético (CDE). Com a crescente migração dos consumidores para o mercado livre, essa despesa tem aumentado de R$ 400 a 500 milhões por ano. A MP 998, proporcionará o fim gradativo desse subsídio cruzado.
Lembramos que esses incentivos foram criados em 2003 para o estímulo do desenvolvimento de novas tecnologias de geração e diversificação da matriz elétrica, porém, já cumpriram o seu papel, não justificando mais tais custos. Em 2020, temos um novo cenário, em que as fontes eólica e solar com geração centralizada já representam mais de 10% da matriz elétrica, com perspectiva de ampliação para 22% da matriz em nove anos. E, com a lei, serão propostas até setembro de 2021 as diretrizes para valoração dos benefícios ambientais das fontes não emissoras de gases de efeito estufa.
Outro ponto importante é o que viabiliza a existência do consumidor varejista e a sua representação pelo gerador ou comercializador varejista na Câmara de Comercialização de Energia Elétrica (CCEE). Essas figuras existem legalmente, mas, na prática, ainda são de difícil viabilização. Isso porque o encerramento da representação do consumidor varejista pelo gerador ou comercializador varejista carece de definições que proporcionem segurança às partes envolvidas. Além disso, a MP destina recursos à CDE para a redução da tarifa de energia elétrica aos consumidores até 31 de dezembro de 2025, e conta com diversos dispositivos que aprimoram a legislação.
Em suma, colocar em discussão a conversão da MP 998 em lei é uma pauta necessária e urgente para além do setor elétrico. Verdade que estamos para terminar o ano. Mas não sem antes concluirmos importantes processos que podem fazer diferença para a sociedade e beneficiar muitos brasileiros e dar sequência ao desenvolvimento social e econômico de nosso País.
Fonte: Energia Hoje
Autor: Luiz Fernando Leone Vianna (Delta Energia Asset Management)
ENERGIA EM DEBATE – DÉBORA MOTA (DELTA ENERGIA)
São Paulo, 12/11/2020 – Diante de um cenário de transformações no mercado de energia, com a chegada do PLD Horário, em janeiro de 2021 e uma extensa agenda de modernização do setor elétrico, a Delta Energia tem se preparado para trazer inovações e atender às novas demandas dos consumidores, disse a gerente Comercial e de Gestão de Clientes da empresa, Débora Mota.
Veja a entrevista completa no vídeo abaixo:
Fonte: Agência Estado
Autor: Willian Miron e Luciana Collet
Energy Solutions Show conecta cadeia com consumidor a partir do dia 27
De 27 a 29 de outubro acontece a segunda edição do Energy Solutions Show, realizado pelo Grupo CanalEnergia/ Informa Markets. O evento vai ser exibido na plataforma CanalEnergia Xperiencee. O ESS, que faz parte da Energy Week, conecta a cadeia produtiva das mais variadas fontes de geração, seja centralizada ou distribuída, com o consumidor comercial e industrial de médio e grande portes. Após a abertura do evento com o CEO da Informa Markets, Marco Basso, o ESS se divide em Energy Cogeneration, Energy GTD e Energy Consumers. A íntegra da programação com todos os painéis e participantes está disponível neste link.
O Mercado Livre de gás natural e a cogeração, as Novas tecnologias para transição energética na distribuição e os aspectos gerais do mercado de energia são os temas dos primeiros painéis no primeiro dia. Às 16h30, acontece o painel da Chamada Pública para Geração Distribuída, que vai contar com a presença de Christiano Vieira da Silva, Diretor da Aneel; Alexandre Viana, diretor da Thymos; Max Xavier, presidente da Enel São Paulo; Fabiana C. L. Avellar; e Maximiliano Andres Orfali, Diretor Geral da Copel-D.
O segundo dia começa com o painel “Mercado varejista de energia: oportunidades para consumidores e geradores”, que vai ter como debatedores José Manoel Amorim, da GoPro; Ricardo Lisboa, da Delta Energia; e Tathiane Simões, Diretora Comercial da Matrix. O dia termina com os painéis “Armazenamento de energia transformando sistemas elétricos: exemplos internacionais e principais aplicações para o Brasil” e “Modernização setorial para consumidores: PLS 232, Código de Energia e MP 998”.
O último dia do ESS começa com o Fórum de lideranças – GD: tecnologias emergentes e relevância para o grid e o consumidor. Após palestra do presidente da EPE, Thiago Barral, os debates ficam por conta de Moacir Bertol, da Copel, André Clark, General Manager da Siemens Energy no Brasil e Marco Antonio Donateli, CEO na Metron. A moderação será de Paula Velenzuela, Coordenadora Área Regulatória na PSR.
Em seguida às 14h, “O futuro da micro e minigeração distribuída: experiência internacional e regulação no Brasil”, traz Carlos Alberto Calixto Mattar, superintendente de regulação dos serviços de distribuição da Aneel, Rodrigo Machado, do Madrona Advogados e Pierre-Yves Mourgue, da GreenYellow como debatedores. Jan Knaack, BSW, será o palestrante e a moderação fica com Leonardo Serpa, CEO na Engie Solutions.
Às 16h30 o Cogerations Fórum traz o painel “Biometanização dos resíduos sucroenergéticos + resíduos sólidos urbanos”, em que Andreas Eberharter, Alessandro Gardemann, Massimo Cavalli e Yuri Schmitke participam.
Serviço:
Energy Solutions Show
Data: 27 a 29 de outubro de 2020
Inscrições: https://www.energysolutionsshow.com.br/pt/inscricoes.html
Fonte: Agência Canal Energia
Aneel nega suspensão de MCSD de energia existente
A diretoria da Aneel negou pedido de medida cautelar apresentado por 12 comercializadoras, que solicitaram a suspensão dos efeitos de contabilizações do MCSD de Energia Existente, destinadas a reduzir contratos de comercialização negociados em leilões de 2017, 2018 e 2019. A fundamentação da utilização do mecanismo pelas distribuidoras foi a migração de consumidores para o Ambiente de Comercialização Livre.
A solicitação das comercializadoras Capitale Energia, Comerc, Delta, Tradener, Beta, Deal, Atmo, Matrix, Máxima Energia, Minerva, Prime Energy e Stima Energia incluía montantes contratuais reduzidos nos MCSD mensais realizados em março e abril de 2020.
Para a Aneel, não ficou comprovado que a redução do faturamento dos contratos poderia comprometer o caixa das empresas, nem há urgência em uma decisão sobre o assunto, uma vez que na análise de mérito da questão eventuais efeitos negativos poderão ser revertidos em uma recontabilização.
Fonte: Agência Canal Energia
Autor: Sueli Montenegro
Clube de SP recebe selo de energia verde
O Clube Paineiras do Morumby (SP) é o primeiro consumidor no mercado livre de energia a receber o Selo Energia Verde em 2020, sendo reconhecido pelo uso da bioeletricidade atendendo a critérios de eficiência energética.
A empresa que administra o clube comprou energia da Delta Comercializadora, também certificada desde junho deste ano por adquirir bioeletricidade de usinas sucroenergéticas em contratos com duração mínima de seis meses e volume mínimo de 0,3 MW médio/ano.
A certificação é conferida pela União da Indústria de Cana-de-Açúcar (Única), numa parceria com a Câmara de Comercialização de Energia Elétrica (CCEE) e a Associação Brasileira dos Comercializadores de Energia (Abraceel), e objetiva incentivar e ampliar a participação da fonte na matriz energética brasileira.
Até o momento, 83 usinas de biomassa de cana, 16 comercializadoras de energia elétrica e, agora, um consumidor no mercado livre já receberam o reconhecimento. Veja a lista aqui.
Fonte: Canal Energia
LIVE Delta Energia | Conversa com Líderes – Digitalização e o futuro do setor elétrico do Brasil
Nos últimos anos, o mundo tem experimentado uma verdadeira revolução digital e o seu efeito pode ser percebido em diversos setores da sociedade. Essas mudanças também têm trazido muitas oportunidades e no mercado de energia elétrica não é diferente. O setor vive um momento transformador e o resultado será a transição desta cadeia produtiva, hoje vertical para um modelo horizontal. A descentralização, com o surgimento da figura do prosumidor, traz benefícios para os consumidores comercial e residencial, que terão maior autonomia e poder de escolha.
O surgimento das redes inteligentes como o Blockchain que garante a integridade dos dados e informação, BigData, 5g, leis e infraestruturas políticas para a digitalização do setor foram temas abordados no encontro virtual desta quarta-feira (19) promovido pela Delta Energia.
Para assistir a gravação da nossa ultima live na íntegra, acesse:
Clique aqui para baixar ao material da Thymos Energia, apresentado pela Ana Carolina Silva.
WEBINAR – CONVERSA COM LÍDERES: DIGITALIZAÇÃO E O FUTURO DO SETOR ELÉTRICO NO BRASIL
Qual é a influência e o impacto das novas tecnologias no setor elétrico brasileiro? Essa temática vai nortear o debate virtual da Delta Energia entre líderes de dois ministérios do Governo Federal, da Fundação Getúlio Vagas (FGV) e da consultoria Thymos Energia. O grupo abordará a digitalização, os desafios regulatórios e o papel do consumidor diante desta perspectiva. À luz de novas diretrizes em energia elétrica há de se discutir a transformação do modelo de negócio, o crescimento do mercado de livre de energia, o desenvolvimento de novos produtos e serviços e o comportamento do consumidor.
A live “Conversa com Líderes – Digitalização e o futuro do setor elétrico no Brasil” terá as participações de Agnes Maria de Aragão da Costa, chefe da Assessoria Especial em Assuntos Regulatórios do MME; Miriam Wimmer, diretora de Serviços de Telecomunicações do MCTIC; e Joisa Dutra, diretora do Centro de Regulação em Infraestrutura da FGV. Ana Carolina Silva, consultora de Tarifas e Regulação na Thymos Energia será a convidada especial do encontro. Débora Mota, gerente de Gestão de Clientes da Delta Energia, e Thaís Prandini, sócia da Delta Energia Asset Management, farão a mediação, e Luiz Fernando Leone Vianna, CEO da Delta Energia Asset Management, a abertura da live.
O evento será dividido em três blocos em formato de bate-papo para propiciar ampla discussão sobre as novas tecnologias, os desafios regulatórios e o papel do consumidor sob a perspectiva da digitalização e o futuro do setor elétrico no Brasil. A última parte é reservada para a participação da audiência.
Esperamos por você nesta conversa sobre as novas tecnologias e o setor elétrico nacional. Inscreva-se!
Horário: 11h às 12h30
Fonte: Canal Energia
MegaCast Convida: Delta Asset e as perspectivas favoráveis para o mercado de energia
A Delta Energia Asset Management, gestora de fundos estruturados do Grupo Delta Energia, já lançou três fundos voltados para aplicações em operações no mercado livre de energia.
No MegaCast Convida dessa semana, conversamos com o CEO da asset, Luiz Fernando Vianna, sobre o desempenho já obtido pelos fundos. As perspectivas para novas captações são ainda mais positivas, devido à possibilidade de rentabilidade elevada em um período em que as taxas de juros estão historicamente baixas.
Um dos fundos, o Delta Energia Strategy, iniciou as operações em maio de 2019 com a captação de R$ 800 milhões. Em um ano, a rentabilidade do fundo foi de 37%, ante uma taxa Selic de 2,25% ao ano.
Confira o podcast na íntegra:
Fonte: MegaWhat
Autor: Camila Maia
Delta Energia estuda criar fundos mais “democráticos”
Depois de estruturar três fundos de investimentos e captar R$ 2 bilhões para a gestora de fundos estruturados Delta Energia Asset, o Grupo Delta agora se prepara para uma nova fase: ofertar fundos mais “democráticos”. O objetivo é atrair um volume maior de players interessados em aplicar recursos no setor elétrico brasileiro.
Segundo Luiz Fernando Leone Vianna, CEO da Delta Energia Asset Management, todos os produtos em estudo são atrelados ao mercado de energia elétrica e também não podem competir como os produtos que o grupo já têm. “O primeiro fundo está em fase de desinvestimento e isso pode abrir mais um espaço”, pontuou ele em entrevista à Agência CanalEnergia.
Vianna contou que a ideia é que os novos produtos sejam acessíveis a uma quantidade maior de investidores. Além disso, a ideia é também reunir recursos para financiar projetos greenfield no mercado livre de fontes solar e eólica.
Com 19 anos de atuação, o Grupo Delta Energia é uma das maiores tradings de commodities energéticas do país, negociando 5 mil MW médios por mês, o que corresponde a 8% do consumo nacional de energia.
O Grupo Delta Energia foi pioneiro ao unir o mercado financeiro ao setor de comercialização de energia. Criou o fundo fechado CSHG Delta Energia e captou R$ 1 bilhão em 2017. Ao longo desses últimos três anos criou mais dois fundos e hoje tem R$ 1,7 bilhão sob gestão da asset. O último fundo criado foi o Delta Energia Strategy, que em maio de 2019 captou R$ 800 milhões.
Os primeiros fundos, no entanto, eram mais pragmáticos e conservadores na tomada de risco. Têm como estratégia aplicar os recursos financeiros em atividades de pré-pagamento de energia e operações de trading direcional. No primeiro caso, a rentabilidade é extraída por meio de descontos aplicados na antecipação de recebíveis. O segundo utiliza toda a expertise da Delta para realizar trade de energia.
Porém, com o cenário de taxas de juros baixas e oferta de crédito farta, o Grupo Delta estuda estruturar fundos que permitam atrair um volume maior de investidores interessados em diversificar a carteira ativos. “A taxa de juros está caindo e os investidores são pressionados a alocar capital em outros lugares que tenham retorno um pouco maior. Muita gente está migrando para bolsa de valores e fundos de créditos”, explicou Carlos Reis, sócio da Delta Energia Asset Management.
“A gente foi pioneiro lá atrás. Vislumbramos trazer o mercado financeiro para participar do mercado de energia. E agora a gente quer continuar criando novos produtos que tenha um risco retorno interessante para o investidor”, completou o executivo.
Fonte: Canal Energia
Autor: Wagner Freire
Delta terá fundo de investimento com foco na negociação de eletricidade
O grupo Delta Energia, especializado no mercado livre, estuda lançar um fundo de investimento com foco em comercialização de energia destinado a investidores pessoa física.
Segundo o presidente da Delta Energia Asset Management, gestora de fundos do grupo, Luiz Fernando Vianna, a iniciativa busca atrair pequenos investidores, em um momento em que a Selic está na mínima histórica de 2,25% ao ano. Essa queda
estimula a busca por aplicações financeiras mais rentáveis, e o mercado de energia está em franco processo de abertura, com possibilidade de acessar o consumidor residencial em 2024. Ainda não há definição, porém, da data de lançamento do
fundo, nem das características do produto a ser oferecido.
“Queremos descentralizar esse mercado. Queremos trazer para o investidor em geral a oportunidade para ele fazer esses investimentos. A baixa rentabilidade da Selic alimenta o lançamento de novas opções ao investidor”, afirmou Vianna,
executivo de longa trajetória no setor elétrico, com passagens pela diretoria-geral brasileira de Itaipu e também pela presidência da elétrica paranaense Copel.
Para acessar a notícia completa, acesse: https://valor.globo.com/empresas/noticia/2020/07/14/delta-tera-fundo-de-investimento-com-foco-na-negociacao-de-eletricidade.ghtml
Fonte: Valor Econômico
Autor: Rodrigo Polito
LIVE Delta Energia | Conversa com as Associações – O papel do setor elétrico brasileiro na retomada da economia pós-pandemia
Nesta quinta-feira (9) o Grupo Delta Energia reuniu especialistas para discutirem temas que permeiam o setor elétrico. Eles destacaram a importância da aprovação de projetos de lei, modernização do setor, novas tecnologias e abertura do mercado livre no contexto da retomada da economia pós-pandemia.
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O webinar foi mediado por Ricardo Lisboa, sócio-fundador do Grupo Delta Energia, e Luiz Fernando Leone Vianna, CEO da Delta Energia Asset Management. O painel do debate foi composto por João Mello, da Thymos Energia; Mário Menel, da Abiape e do Fase; Guilherme Velho, da Apine; Reginaldo Medeiros,⠀da Abraceel; e Marcos Madureira, da Abradee.
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Vianna, ao falar sobre os processos de digitalização, afirmou que o setor deverá ser moderno e benéfico a quem realmente importa, o consumidor final. Lisboa, sócio-fundador do Grupo Delta Energia, complementou afirmando que “temos de trabalhar por um setor melhor, em que a eficiência das classes trará resultados positivos a todos”.
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Agradecemos aos representantes das associações convidadas e a todos que participaram conosco ao vivo. Para assistir à gravação completa da live, acesse:
Sete comercializadoras e 79 usinas de biomassa receberam selo de energia verde
Até junho deste ano, as comercializadoras Safira, WX, Nova, Delta, Bolt, 2W e Ecom, além de 79 usinas de biomassa de cana já receberam o Certificado e Selo Energia Verde da União da Indústria de Cana-de-Açúcar. A iniciativa é feita em parceria com a Câmara de Comercialização de Energia Elétrica e apoio da Associação Brasileira dos Comercializadores de Energia. De acordo com Zilmar de Souza, gerente de bioeletricidade da Unica, as usinas certificadas devem produzir um total de 19 mil GWh, sendo 64% exportados para o Sistema Interligado Nacional e o resto para o autoconsumo das plantas sucroenergéticas. Os dados foram dados por Souza nesta quinta-feira, 18 de junho, no webinar “Cenários no mercado de energia elétrica”, promovido pela Unica e Cogen.
Ainda de acordo com Souza, trata-se de uma energia estratégica e renovável a ser produzida por essas usinas para o país, equivalente a uma vez e meia o consumo total de energia elétrica do Uruguai ou a 24% da produção de energia do ano passado de Itaipu. Ainda, do lado do consumo, esses 19 mil GWh são equivalentes a 11% do consumo anual industrial de energia elétrica pelo Brasil, além de evitar a emissão estimada de 6,4 milhões de toneladas de CO2, marca que somente seria atingida com o cultivo de 45 milhões de árvores nativas ao longo de 20 anos.
O programa foi criado em 2015 e pode ser pedido a comercializadoras em qualquer estado que comprem energia renovável de unidades produtoras com certificado de bioeletricidade e que atendam aos critérios estabelecidos no programa as Diretrizes Gerais do Programa.
Fonte: Canal Energia
Autor: Pedro Aurélio Teixeira
LIVE Delta Energia | Conversa com o Ministro Bento Albuquerque – O setor de energia pós-pandemia
Nesta terça-feira (16) o Grupo Delta Energia realizou mais uma live. Desta vez, convidamos o ministro de Minas e Energia, Bento Albuquerque, que falou sobre o futuro da matriz energética brasileira no cenário pós-pandemia. Durante a conversa, ele abordou as diretrizes do Governo Federal com relação ao Plano Nacional de Energia, Modernização do Setor Elétrico, além dos mercados de gás natural, biocombustíveis e comercialização de combustíveis.⠀
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Albuquerque, ressaltou que a Conta-Covid, criada para diminuir os resultados da pandemia no setor, foi pensada com base nas lições aprendidas com a Conta no Ambiente de Contratação Regulada (Conta-ACR). Também elogiou o envolvimento de agentes e a administração do processo na criação e implementação da medida provisória 950, destinada ao setor elétrico para enfrentamento do estado de calamidade pública. “Construímos tudo de forma transparente, com métodos e processos que permitisse a avaliação a todo o momento das ações a serem implementadas, dos resultados e dos objetivos que queremos alcançar”, disse Albuquerque.
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Essas e outras pautas vocês poderão conferir na gravação completa da live que está disponível no canal da Delta no youtube:
Em live, Bento Albuquerque fala sobre o MME no enfrentamento da crise e otimista afirma: “daremos a volta por cima”
Acesso para a nota oficial do MME pós live do dia 16/6/20:
http://www.mme.gov.br/todas-as-noticias/-/asset_publisher/pdAS9IcdBICN/content/em-live-bento-albuquerque-fala-sobre-o-mme-no-enfrentamento-da-crise-e-otimista-afirma-daremos-a-volta-por-cima-
Fonte: MME
Autor: Bruno Spada
Ministro volta a defender privatização por Eletrobras mais competitiva
O ministro de Minas e Energia, Bento Albuquerque, revelou que vem tendo reuniões diárias sobre o processo de privatização da empresa. Em live realizada pela Delta Energia nesta terça-feira, 16 de junho, ele voltou a defender a venda do controle da empresa para que ela possa ter uma capacidade maior de investimentos. “Ela está perdendo sua capacidade de competir no mercado e sabemos que é um mercado bastante ativo”, afirma. Segundo o ministro, caso ela continue estatal, em oito anos a participação dela na geração do país, que é de cerca de 30%, vai ficar em 15% e na transmissão, que se aproxima dos 50%, vai ser reduzida para 30%.
A Eletrobras tem reconhecida tradição na fonte hídrica, sendo operadora de grandes usinas hidrelétricas do país. Na transmissão, ela é o maior player do país, mas nos últimos anos não participou dos leilões de LTs, que se notabilizaram pela forte disputa. A estatal também não participou dos leilões de energia nova, embora nenhuma UHEs tenha sido viabilizada.
A ideia do governo era de fazer a privatização da empresa ainda este ano. A operação depende ainda do aval do Congresso Nacional, que poderá modificar o projeto de lei enviado ao legislativo. A urgência na pandemia de Covid-19 fez com que a Eletrobras fosse para o fim da fila.
No encontro virtual, o ministro disse ainda que listou temas que serão apresentados ao Congresso Nacional no pós-pandemia. Segundo ele, a tarifa é um fator muito importante agora, já que ainda não é possível saber qual será o impacto após o fim da crise na economia nos seus vários setores e no consumidor. Ele também salientou que uma solução para o GSF pode ser obtida no curto prazo pelo parlamento, por ação legislativa. O uso de recursos de fundos setoriais e a redução de subsídios foram outros pontos que ele considerou prioritários e que serão sinalizados na retomada.
Albuquerque resaltou que a Conta-covid, criada para mitigar os impactos da pandemia no setor, foi feita com base nas lições aprendidas com a conta-ACR. Ainda de acordo com ele, a única similaridade e a operacionalização da conta pela CCEE, porque o cenário é diferente. Albuquerque também elogiou o envolvimento dos agentes e a governança do processo, que fez que em duas semanas a MP 950 fosse publicada.
Fonte: Canal Energia
Autor: Pedro Aurélio Teixeira
ANP deve regulamentar venda direta de etanol até outubro, diz ministro
SÃO PAULO (Reuters) – A possibilidade de produtores de etanol comercializarem o produto diretamente com postos de combustíveis deverá ser regulamentada pela Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (ANP) até outubro, disse nesta terça-feira o ministro de Minas e Energia, Bento Albuquerque.
A afirmação vem pouco após o Conselho Nacional de Política Energética (CNPE) ter aprovado, em 4 de junho, resolução com diretrizes para essas vendas diretas, medida que foi defendida em diversas ocasiões pelo presidente Jair Bolsonaro.
“Dessa vez vai. Nós acreditamos que até outubro a ANP tenha isso tudo regulamentado”, disse Albuquerque, ao participar de transmissão ao vivo promovida pela Delta Energia.
Ao informar a aprovação da resolução do CNPE sobre as vendas diretas, o ministério de Minas e Energia ressaltou que a comercialização ainda precisaria ser regulamentada pela ANP.
Fonte: Reuters
Autor: Luciano Costa
Redução de mistura do biodiesel foi questão localizada, diz ministro
O ministro de Minas e Energia, Bento Albuquerque, disse que a decisão da ANP em reduzir a mistura do biodiesel para 10% foi uma questão “localizada” e não reflete uma mudança de entendimento da pasta em relação ao planejamento para o setor. Ele participou de transmissão ao vivo nesta terça (17), promovida pela Delta Energia.
O ministro garantiu que o calendário continua sendo uma sinalização de boa governança para o setor de biocombustível. O Conselho Nacional de Política Energética definiu em 2019 o aumento de 1% no tero de biodiesel até atingir o B15, em 2023,
A agência reduziu temporariamente a mistura obrigatória do combustível para 10% por risco de desabastecimento do mercado em um cenário que o diesel vem sendo bastante consumido, apesar da pandemia.
A imprevisibilidade do mercado diante da crise causada pelo coronavírus foi uma das razões para que o MME não antecipasse a inserção do B13, segundo o ministro.
“Levei a questão do B13 para o CNPE, mas com tranquilidade posso te dizer que nós chegamos a conclusão de que não era o momento. Sabemos da capacidade e importância do setor”, pontuou.
Para o ministro, os biocombustíveis devem ser transformados em commodities internacionais devido à importância dos combustíveis para a economia brasileira e também para a transição energética.
“Nós possuímos a mais eficiente política de biocombustíveis do mundo. Não é ufanismo, é uma constatação que escuto quando encontro com outros países que gostariam de desenvolver políticas semelhantes”, disse.
Fonte: EPBR
Autor: Larissa Fafá
Plano Nacional da Energia será submetido à consulta pública em breve, diz ministro
O Plano Nacional da Energia (PNE), que aborda o planejamento energético do país até 2050, está pronto e será submetido à consulta pública em breve, disse o ministro de Minas e Energia, Bento Albuquerque, ao participar de webinar realizado pela Delta Energia.
Segundo o ministro, houve uma reunião na última sexta-feira na qual o presidente da Empresa de Pesquisa Energética (EPE), Thiago Barral, apresentou o documento. “São planos que fazem parte de um processo, processo que é contínuo e tem que ser realizado por todos nós que somos responsáveis pelas políticas públicas”, disse.
Prioridades
A agenda de prioridades do MME envolve duas pautas importantes: a abertura dos mercados de gás natural e livre de energia elétrica.
No caso do mercado livre de energia elétrica, a abertura já está encaminhada e deve ser uma realidade em breve. “A modernização do setor já prevê que nosso mercado poderá ser 100% livre. Estamos trabalhando com a Aneel, CCEE e agentes para ter um cronograma a partir de 2023, para que tenhamos previsibilidade de quando o mercado será livre”, disse Albuquerque.
Ele também se mostrou otimista sobre o andamento da abertura do mercado de gás natural. Segundo o ministro, agora existe uma oportunidade de que o PL 6.407, que já foi aprovado pela Comissão de Minas e Energia da Câmara, possa ser apreciado pela casa.
A preocupação com as tarifas de energia também está no horizonte do MME. Nesse contexto, um ponto que pode ser superado no “curtíssimo prazo”, segundo o ministro, é o GSF. “Estamos também começando a discutir as questões dos recursos dos fundos setoriais para amenizar as tarifas a médio e longo prazo com a redução de subsídios”, disse.
Fonte: MegaWhat
Autor: Camila Maia
MME espera venda direta de etanol liberada em outubro
O Ministério de Minas e Energia (MME) espera que até outubro a Agência Nacional de Petróleo, Gás e Biocombustíveis (ANP) vai concluir a regulamentação da venda direta de etanol por agentes, disse o ministro Bento Albuquerque, titular da pasta, em webinar realizado pela Delta Energia.
No início do mês, o Conselho Nacional de Política Energética (CNPE) aprovou as diretrizes para a venda direta de etanol. Agora, a mudança está nas mãos do órgão regulador. “A resolução é fundamental, até pelo aspecto regulatório e de segurança jurídica”, disse o ministro.
Segundo ele, essa mudança é o primeiro passo para destravar a comercialização de etanol e permitir a entrada de mais agentes. “Estamos trabalhando diretamente na questao da venda do produtor para o agente comercializador”, disse.
A mesma reunião do CNPE que aprovou a venda direta de etanol chegou a apreciar uma proposta de antecipar a elevação do percentual do biodiesel no diesel de 12% para 13%. “Mas chegamos na conclusão que ainda não era o momento, em face da imprevisibilidade do momento e da crise”, disse. A decisão foi acertada, segundo o ministro, já que hoje o MME tomou a decisão de reduzir, durante essa semana, o percentual a 10%. “Mas essa é uma questão localizada, sabemos da capacidade do setor”, disse.
Se houver segurança no futuro, o CNPE pode rever a decisão de antecipar ou não a elevação do percentual. “Era B10, estamos a seis meses do B13 e vamos chegar ao B15”, disse o ministro.
Fonte: MegaWhat
Autor: Camila Maia
LIVE Delta Energia | Conversa com Líderes – Geradores privados e a modernização no setor elétrico
Grupo Delta Energia reuniu em mais um debate virtual, nesta quinta-feira (28/5), importantes lideranças das três maiores geradoras privadas do setor elétrico brasileiro para discutir os novos rumos sociais e econômicos diante das mudanças impostas pela pandemia de Covid-19.
Os líderes convidados foram Eduardo Sattamini, da Engie Brasil Energia; Evandro Leite Vasconcelos, da CTG Brasil; Karin Luchesi, da CPFL Energia e João Mello, da Thymos Energia. O webinar foi mediado por Ricardo Lisboa, sócio-fundador do Grupo Delta Energia, e Luiz Fernando Leone Vianna, CEO da Delta Energia Asset Management.
Os executivos falaram sobre a evolução necessária do setor elétrico e que novos modelos de estrutura financeira deverão ser criados para atender esse novo cenário pós-pandemia. “O mercado livre de energia é uma tendência e já atende cerca de 38% da geração do País”, disse Lisboa.
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Agradecemos aos convidados e a todos que participaram conosco ao vivo.
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Pós-Covid abrirá oportunidades de M&A no setor elétrico
Uma janela de oportunidade para fusões e aquisições deverá ser aberta no setor elétrico após a crise do Covid-19, disseram executivos de grandes corporações do mercado de energia, durante webinar promovido pela Delta Energia nesta quinta-feira, 28 de maio. A análise é de que nem todas as empresas existentes suportarão os desequilíbrios econômico e financeiro causados pela pandemia.
A crise do novo coronavírus provocou uma brusca redução no consumo de energia do país. A previsão oficial é de queda de 3% neste ano em relação a carga de 2019. Adicionalmente, com as mudanças na expectativa de crescimento da economia brasileira, cerca de 4,9 GW de demanda sumiram do horizonte até 2024.
A crise também provocou aumento da inadimplência setorial e redução de mercado, com a consequente perda de receita. Outro efeito colateral são as investidas de agentes que tentam descumprir contratos, com alguns casos chegando a via judicial com base em cláusulas de força maior e caso fortuito.
“O setor de energia está onde está graças ao respeito aos contratos”, defendeu Ricardo Lisboa, sócio-fundador do Grupo Delta Energia, empresa que atua em vários elos do setor elétrico. A preservação dos contratos, aliás, foi reforçada por todos os executivos presentes na reunião realizada pela internet.
Segundo Eduardo Sattamini, CEO da Engie Brasil, por seleção natural, só os “fortes ficarão”. Ele explicou que empresas bem contratadas terão mais força para atravessar a crise. Citou como qualificadores as corporações que têm como contraparte clientes com capacidade de crédito e solidez financeira.
João Carlos Mello, presidente da Thymos Energia, afirmou que “é evidente” que vão surgir oportunidades de M&A, pois “nem todo mundo vai aguentar esse solavanco após a crise”.
“Acho que o João está certo, deve aparecer oportunidades pelo caminho por causa de empresas que não conseguirão carregar essa situação”, concordou Karin Luchesi, vice-presidente de Operações de Mercado da CPFL Energia.
Evandro Leite Vasconcelos, vice-presidente de Geração e Comercial da CTG Brasil, disse que os chineses têm muito interesse em continuar investindo no Brasil e que a companhia estuda uma “entrada mais forte no setor de energias alternativas, em especial solar e eólica”.
Fonte: Canal Energia
Autor: Wagner Freire (RJ)
Preço da energia no ACL deve incentivar migração de consumidores
A redução de consumo de energia no mercado é um dos efeitos mais visíveis que se tem no setor elétrico. Segundo os dados mais recentes da Câmara de Comercialização de Energia Elétrica, a redução está na casa de 15% no SIN, sendo de 14% no ACR e de 19% no ACL. Com isso, somado ao nível de reservatórios do país, a tendência é de que o preço da energia no mercado livre fique em patamares mais baixos para 2020 e em 2021. Na avaliação de especialistas e agentes, essa pode ser uma boa oportunidade de migração e até mesmo de fechar novos contratos no mais longo prazo.
De acordo com Patrick Hansen, sócio da Dcide, o impacto na curva forward de preços foi forte. Os contratos, lembrou ele, saíram de um patamar de R$ 200/MWh no início do ano para algo como R$ 143/MWh agora em maio. Esses valores representam uma queda de quase 30%, índice que ele classificou como expressivo quando se pensa que em janeiro o PLD estava pressionado.
“Interpreto que temos a perspectiva de melhoria nas condições de armazenamento para o início de 2021, será melhor do que nos dois últimos anos com essa redução do consumo de 2020. Isso gera expectativa de preços de energia para o período de 2021 a 2024 impactados, claro que não na mesma medida. Em 2022 os preços estão acima de 2021 porque no longo prazo temos menos volatilidade”, acrescentou ele em sua participação no 5º webinar da edição especial do Agenda Setorial 2020, realizado pelo Grupo CanalEnergia-Informa Markets via internet em decorrência da pandemia de covid-19.
Hansen relatou que os valores para depois de 2022 estão mais elevados, mas mesmo assim, as variações estão em uma faixa de R$ 5 a R$ 10, uma diferença que ainda é significativa quando se pensa em contratos para daqui a três ou quatro anos. A dúvida sobre o potencial de queda, continuou ele, está quanto à situação do submercado Sul que está passando pelo pior ano do histórico de 90 anos em termos de afluências.
“Acho que este é um bom cenário para o consumidor, um bom momento para se contratar no longo prazo”, definiu ele. “Esse período de crise que estamos passando é ruim para todos, mas há oportunidades e uma dessas é a de que o consumidor pode encontrar preços competitivos de energia”, avaliou ele.
Essa análise é dividida pelo diretor da Ampere Consultoria, Bruno Soares. O executivo acrescentou ainda que não estamos livres de novas revisões extraordinárias. Ele destacou a incerteza acerca da duração da crise e da extensão. Até porque começa a se falar em bloqueios mais rígidos em cidades como São Paulo e Rio de Janeiro, que podem comprometer ainda mais o consumo de energia.
“Se chegarmos a um ponto de grandes centros comerciais decretarem o lockdown, um novo cenário precisará ser traçado e com impacto importante nesse sentido de previsão de carga”, ressaltou o executivo.
Essa perspectiva, inclusive, não parece estar afastada uma vez que a situação não parece estar melhorando. A pandemia, lembrou, está invadindo o interior do país com mais amplitude e, por isso, a situação não permite ter uma previsão certeira sobre os desdobramentos nas próximas semanas. Soares relatou ainda que a sobreoferta tem levado a efeitos nos preços no longo prazo, corroborando o que disse Hansen. “A situação no Sul do país é o fator de resistência que tem feito com que o preço não caia ainda mais”, apontou. Em sua análise essa situação de valores mais baixos deve gerar um incentivo para uma maior migração ao mercado livre.
Ainda na semana passada, no 4º webinário do Agenda Setorial 2020, essa análise foi feita por quem está diretamente ligado a negociações no ACL. O presidente da BC Energia, Alessandro de Brito Cunha, destacou que sempre é momento para essa mudança. E a questão se torna mais favorável para a migração em decorrência das perspectivas de impacto tarifário que se vislumbra nos próximos anos.
O sócio da Delta Energia, Ricardo Lisboa, reforçou que este também é o momento de recontratar energia no ACL. Apesar de indústrias e grandes consumidores em geral estarem com uma demanda mais reduzida no momento, os preços da energia no ACL estão mais baixos e, por isso, seria uma boa estratégia buscar acordos para o longo prazo, garantindo um preço mais baixo. “Cada um deve ter a sua estratégia nessa hora, é uma questão de caso a caso de acordo com a necessidade individual”, ressaltou.
Andrew Strofer, CEO da América Energia, lembra que os preços com a conta covid devem apresentar um impacto para o ACR. Mesmo com a taxa Selic ao menor nível da história do Brasil temos outros efeitos na tarifa que é decorrente da energia de Itaipu, em dólar. E ainda, do custo dos combustíveis, que formam a maior parcela da CDE. O que ajudaria a elevar os custos aos consumidores no mercado regulado, reforçando essa tendência de ampliação das diferenças entre os dois ambientes de contratação.
Fonte: Canal Energia
Autor: Maurício Godoi (SP)
EXCLUSIVO-Comercializadoras de energia do Brasil veem impacto de R$5 bi por Covid-19
SÃO PAULO (Reuters) – Comercializadoras de eletricidade, que operam no mercado livre de energia, no qual grandes empresas como indústrias e shoppings negociam diretamente seu suprimento, devem sofrer impactos de cerca de 5 bilhões de reais neste ano devido ao coronavírus, disse à Reuters nesta quarta-feira um representante do setor.
Entre as principais comercializadoras do Brasil estão unidades da elétrica francesa Engie, da portuguesa EDP e da CPFL (da chinesa State Grid), além de subsidiárias da Copel, Votorantim e Cemig.
O setor também tem empresas ligadas a bancos, como o BTG Pactual, e independentes, sem ligação com grandes grupos de energia.
As perdas previstas no segmento devem-se à forte redução do consumo de energia associada a quarentenas adotadas pelo Brasil para reduzir a propagação da Covid-19, que obrigaram o fechamento de estabelecimentos comerciais, e aos efeitos econômicos da pandemia, que reduziram o nível de atividade em diversas áreas da indústria.
“Os comercializadores estão estimando uma redução de 20% no consumo (no mercado livre). Estamos perdendo 5 bilhões de reais neste ano, é um prejuízo que o setor está tomando porque a gente nunca viu uma situação como essa”, disse à Reuters o presidente da Associação Brasileira de Comercializadores de Energia (Abraceel), Reginaldo Medeiros.
Ele explicou que, nas negociações com clientes, as comercializadoras geralmente permitem certo nível de flexibilidade nos contratos, para cima ou para baixo. Mas, com a pandemia, houve uma corrida de consumidores livres em geral para exercer a opção de redução de volumes.
“A cada mês o comercializador faz a gestão de risco de seus clientes, na hipótese de que uns vão consumir mais, outros menos. Mas, com a Covid, todos consumidores exerceram todas suas flexibilidades e no mesmo sentido, para menor”, apontou.
Desde o agravamento da epidemia no Brasil, em meados de março, o consumo de energia no Brasil apresenta retração de 11% na comparação com 2019, ou de 15% ante o período imediatamente anterior às quarentenas, segundo dados da Câmara de Comercialização de Energia Elétrica (CCEE).
Mas no mercado livre, que responde por cerca de 30% da demanda total, a queda tem sido maior, de 12% ano a ano e de 19% frente aos dias prévios às medidas de isolamento, ainda de acordo com números da CCEE.
Além disso, os impactos do coronavírus sobre o mercado de energia reduziram fortemente os preços spot da eletricidade, pelos quais excedentes de energia contratada e não utilizada podem ser liquidados.
O preço spot, ou Preço de Liquidação das Diferenças, está agora a cerca de 87 reais por megawatt-hora no Sudeste, contra média de 327 reais em janeiro e 154 reais em fevereiro.RENEGOCIAÇÕES
Em meio a esse cenário causado pelo coronavírus, muitas empresas têm pleiteado renegociações de contratos livres junto a comercializadores e geradores, com base em cláusulas que preveem descumprimento de compromissos por questões de força maior.
“Estamos sofrendo muito com a crise, mas ainda assim estamos mantendo nossa máxima de respeito aos contratos”, disse Medeiros, da Abraceel.
Alguns clientes, no entanto, têm buscado também liminares ou arbitragens para rediscutir os contratos e reduzir perdas.
O presidente da elétrica mineira Cemig, Reynaldo Passanezi, disse que a área de comercialização da empresa tem recebido pedidos de renegociação e de acionamento da flexibilidade de contratos no mercado livre e buscado atender os clientes quando entende ser possível e razoável.
“Situações excepcionais, obviamente, a gente tem que entender. Uma academia, um shopping, um cinema, é algo que você tem que trabalhar para que o contrato seja cumprido, ainda que com algum diferimento”, afirmou ele na última quinta-feira, em videoconferência da comercializadora Delta Energia.
“Óbvio que as empresas têm um limite para isso, essa não é uma função da empresa, é tipicamente uma função bancária. O fôlego que a gente tem pra fazer diferimentos é limitado”, acrescentou ele.
As preocupações com o movimento de renegociações de contratos de energia começaram há cerca de dois meses, quando algumas comercializadoras alertaram clientes sobre a possibilidade de a pandemia levar ao acionamento de cláusulas de força maior, conforme publicado pela Reuters em 24 de março.
Fonte: Reuters
Autor: Luciano Costa
LIVE Delta Energia | Conversa com CEO’s – Desafios do setor elétrico pós-pandemia
O Grupo Delta Energia também se propõe a ser protagonista de discussões pertinentes à sociedade. Por isso, reuniu num debate virtual, nesta quarta-feira (13), CEOs do setor para analisar o futuro e os desafios pós-pandemia de Covid-19. Tivemos quase 1.000 conexões simultâneas e recebemos cerca de 100 perguntas, com participações do Brasil e do exterior. ⠀⠀⠀⠀⠀⠀⠀⠀
O debate contemplou um panorama atual do setor, expectativas na retomada da economia, preços de mercados, infraestrutura e privatizações. A crise atual foi comparada com o racionamento de energia de 2001, quando houve redução de demanda perto de 20%. Os executivos acreditam que a recuperação de mercado pós-pandemia deverá ser mais rápida que no passado. O webinar foi mediado por Ricardo Lisboa, sócio-fundador do Grupo Delta Energia, e Luiz Fernando Leone Vianna, CEO da Delta Energia Asset Management. Os convidados foram João Carlos Mello, presidente da Thymos Energia; Wilson Ferreira, presidente da Eletrobras; Daniel Pimentel Slaviero, diretor presidente da Copel; Reynaldo Passanezi Filho, CEO da Cemig (Companhia Energética de Minas Gerais); e Marco Soligo, diretor presidente da CEEE (Companhia Estadual de Energia Elétrica). ⠀⠀⠀⠀⠀⠀⠀
A Delta agradece a todos os participantes e convidados deste evento.
MegaCast Convida – Coronavírus e seus efeitos financeiros no setor elétrico
Enquanto a pandemia do coronavírus (covid-19) se alastra pelo Brasil, as medidas de precaução adotadas afetam a economia do país e, consequentemente, reduzem o consumo de energia elétrica. Mas os efeitos financeiros no setor elétrico vão muito além disso.
Para discutir esses desdobramentos, o MegaCast Convida conversou – por telefone – com Thais Prandini, sócia da Delta Energia Asset Management, gestora de fundos estruturada pelo Grupo Delta Energia.
Confira na íntegra: https://megawhat.energy/news/88974/megacast-convida-coronavirus-e-seus-efeitos-financeiros-no-setor-eletrico
Fonte: MegaCast
Autor: Camila Maia
Delta abre consulta de certificação para o Renovabio
A Delta é a mais nova fabricante de biodiesel a chegar à reta final do processo de certificação do Renovabio. Nessa terça-feira (04) foi aberta a consulta pública sobre os dados apresentados pela empresa sobre seu processo produtivo. A firma inspetora responsável por acompanhar a fabricantes sul-mato-grossense nessa última etapa é a Green Domus.
Se os números apresentados se confirmarem, a unidade produtiva instalada na cidade de Rio Brilhante seria a quinta maior emissora de Créditos de Descarbonização (CBios) do setor de biodiesel. Ao menos até este momento.
Ela poderá gerar um pouco mais que 265,7 mil CBios ao ano. De acordo com a projeção mais recente do Ministério de Minas e Energia (MME) sobre o valor dos CBios – de aproximadamente US$ 10 –, o mercado de descarbonização poderia render cerca de R$ 11,3 milhões por ano à Delta.
Biodiesel limpo
Com uma Nota de Eficiência Energético-Ambiental (NEEA) de 81,2 gCO2eq/MJ, a Delta produz um biodiesel admiravelmente limpo. A usina de Rio Brilhante divide com a Oleoplan de Veranópolis a segunda colocação entre as usinas de biodiesel buscam a certificação. A atual campeã é a BSBios de Passo Fundo cujo NEEA é de 81,3 gCO2eq/MJ.
Essa nota permite que a usina gere um CBio para cada 371,4 litros de biodiesel fabricados.
Já o percentual da produção da Delta de Rio Brilhante elegível para a emissão de CBios seria de aproximadamente 45,7%. Como ano passado, a planta fabricou 113,9 milhões de litros, só 52 milhões de litros seriam contabilizados.
De acordo com os documentos publicados pela Green Domus, a empresa está mantendo o biodiesel fabricado a partir de óleo vegetal e de óleo de algodão de fora da contagem.
No fim das contas, a Delta poderia emitir 140 mil CBios com valor estimado em aproximadamente R$ 5,6 milhões
Fonte: BiodieselBR
Autor: Fábio Rodrigues
Delta compra UTE Wiliam Arjona de olho no mercado de gás
Usina foi adquirida da Engie e estava fora de operação por falta de viabilidade econômica
A Delta Geração comprou da Engie a termelétrica Wiliam Arjona (190 MW) e anunciou que pretende retomar a operação da usina no segundo semestre de 2020. No final de 2017, a Engie pediu a revogação da autorização do empreendimento alegando perda de viabilidade econômica. O valor da operação não foi divulgado.
Localizada em Campo Grande, no Mato Grosso do Sul, a usina pode operar utilizando gás natural ou óleo diesel. Segundo comunicado do grupo Delta Energia divulgado nesta sexta-feira, 22 de novembro, aposta do grupo neste novo segmento deve-se pelo contexto de um futuro promissor para o mercado de gás natural, mais competitivo e dinâmico, com vistas à promoção de novos investimentos na cadeia do setor elétrico nacional.
“A compra da usina é a porta de entrada em geração de energia e amplia nosso campo de atuação, já consolidado em comercialização de energia e gestão de fundos de investimento”, disse o presidente da Delta Geração, Marconi de Araújo.
Com esse investimento, o Grupo Delta diversifica seu portfólio. Com 18 anos de existência, a empresa iniciou suas atividades em comercialização de energia elétrica, passou a atuar no mercado de biocombustíveis e na estruturação de fundos de investimentos em energia do Brasil.
A Delta Energia está entre as maiores comercializadoras de energia do país, transacionando um montante superior a 5 mil MW médios – o equivalente a 8% do consumo de energia brasileiro. É responsável pela gestão de cerca de 2.700 MW médios de consumidores livres e geradores e possui mais de 500 clientes no mercado livre.
O Grupo assessora ainda seus clientes no processo de migração para o mercado livre, desenvolve estratégias para a aquisição de energia, além de oferecer outros serviços, como gestão de contratos, estudos de mercado, projeção de preços, suporte regulatório e assessoria em leilões de energia.
Fonte: Canal Energia
Autor: Wagner Freire
Delta planeja retomar térmica a gás em MS
De olho no processo de abertura do mercado de gás natural do país, o grupo Delta Energia pretende retomar no segundo semestre de 2020 a operação comercial da termelétrica a gás William Arjona, em Campo Grande (MS), recém-adquirida da Engie (antiga Tractebel Energia). A usina também marca a entrada do grupo especializado em comercialização de energia no setor de geração.
A compra da termelétrica começou a ser negociada entre as partes no fim de 2017, meses antes do cancelamento da outorga da usina, em comum acordo entre Engie e a Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel), devido à inviabilidade econômica do projeto causada pelo elevado valor do combustível. Com a abertura do mercado de gás em curso e a perspectiva de entrada de novos fornecedores do energético no país, a Delta concluiu a compra da usina em setembro deste ano.
O valor do negócio não foi informado. A usina possui 190 megawatts (MW) de capacidade instalada e pode operar com gás natural ou óleo diesel. O consumo da térmica é da ordem de 1,2 milhão de metros cúbicos diários de gás.
Segundo Luiz Fernando Vianna, presidente da Delta Energia Asset Management, gestora de recursos do grupo Delta, a companhia está neste momento iniciando tratativas com a Aneel para viabilizar a nova outorga da usina e fazendo uma revisão dos equipamentos da térmica. Em paralelo, foram iniciadas negociações com potenciais fornecedores de gás natural.
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Questionado se a crise política na Bolívia pode interferir no processo de contratação do energético, o executivo disse que a situação no país vizinho influencia a negociação, mas que acredita em um desfecho positivo. “É do interesse deles [da Bolívia em exportar gás para o Brasil]. Não acredito que eles façam algum óbice para a contração [do gás]”, afirmou Vianna, que é ex-diretor-geral da parte brasileira de Itaipu e ex-presidente da elétrica paranaense Copel.
Até a renúncia do ex-presidente da Bolívia Evo Morales, algumas empresas brasileiras estavam negociando com a estatal daquele país, a YPFB, a compra de gás para vender no mercado brasileiro, já no âmbito da abertura do setor no Brasil. Além de contratar o fornecedor do gás, a Delta Geração, geradora recém-criada pelo grupo Delta e presidida por Marconi de Araújo, precisa negociar o transporte e a distribuição do produto.
“Estamos em contato com a MSGás [distribuidora de gás natural do Mato Grosso do Sul]”, disse Vianna. Segundo o executivo, o Mato Grosso do Sul será duplamente beneficiado com a retomada da operação da usina. O primeiro benefício é a receita que será gerada pela MSGás. O outro é a arrecadação de ICMS com a geração de energia da térmica.
A Delta também está avaliando a estratégia de comercialização da energia da termelétrica. A ideia inicial, explicou Vianna, seria operar a usina como uma termelétrica “merchant”, que negocia contratos de curto prazo. No entanto, com a decisão recente do governo de realizar em março um leilão de energia existente voltado para termelétricas, a companhia estuda a possibilidade de negociar um contrato de longo prazo para a usina.
O leilão de março será dividido em um certame “A-4” e outro “A-5”, que contratarão energia de térmicas para o início de fornecimento, respectivamente, em quatro (2024) e cinco anos à frente (2025). Essas térmicas substituirão um conjunto de usinas a óleo combustível que serão descontratadas entre 2023 e 2025.
Questionado sobre os planos da Delta Geração, Vianna disse não haver uma meta definida para médio e longo prazo. O executivo, porém, contou que a companhia olha outras oportunidades de aquisições no mercado, entre fontes termelétrica, hidrelétrica, solar e eólica. “Estamos olhando diversos ativos”, disse.
Fonte: Valor Econômico
Autor: Rodrigo Polito (Rio)
Cuiabá ganha nova indústria de biodiesel

Usina de biocombustível é inaugurada e deverá gerar 100 empregos diretos
A planta da Delta Biocombustíveis foi inaugurada em Cuiabá na terça-feira (1), no Distrito Industrial, em Cuiabá. A nova planta terá capacidade de produção de até 1 milhão de litros de combustível limpo por dia, sendo a sétima maior planta do mercado de biodiesel brasileiro, e será responsável pela geração de cerca de 100 empregos diretos.
O secretário de Desenvolvimento Econômico de Mato Grosso, César Miranda, ressalta que a abertura da indústria demonstra o interesse empresarial em investir no Estado. “É a demonstração de que Mato Grosso é viável e de que o Governo é parceiro dos investidores, andando lado a lado para construir um cenário positivo”, afirma.
Há 9 anos no segmento de biocombustíveis, a Delta já possui uma unidade em Mato Grosso do Sul e agora chega ao estado vizinho. “Vimos a oportunidade em Mato Grosso e esta é a nossa entrada no estado. O governo nos apoiou em tudo e acreditamos que será uma boa parceria, trazendo assim novos investimentos”, afirma Sílvio Roman, diretor geral da Delta Energia.
Mato Grosso ocupa a segunda posição nacional na produção de biocombustíveis. “Aqui se produz 22% de todo o País e a tendência é de crescimento. Somos um estado agropecuário e as matérias primas que utilizamos é que se produz no Estado”, afirma Rodrigo Guerra, presidente do Sindicato das Indústrias de Biodiesel de Mato Grosso (Sindibio).
“Economicamente, o país começa a dar sinais de recuperação e é preciso que o governo continue fazendo a sua parte que é dar maior agenda de eficiência para levar a um cenário de investimento. A produção de biocombustível é uma estratégia que é acertada por ser uma alternativa sustentável e com grande geração de valor. A indústria é a prova de confiança de que o empresariado enxerga Mato Grosso com bons olhos”, finaliza Gustavo de Oliveira, presidente da Federação das Indústrias de Mato Grosso (FIEMT).
Fonte: Gazeta Digital
Usina com capacidade de produção até 360 milhões de biodiesel é inaugurada em Cuiabá
A planta em Cuiabá é sétima maior do setor e responsável pela geração de cerca de 100 novos empregos na capital diretos.

Foto: Tchélo Figueiredo – Secom MTCom capacidade de produção de até 360 milhões de litros de biodiesel ao ano, a Delta Energia inaugurou, nesta terça-feira (01.10), a segunda unidade da usina no Brasil e passa a ser o quinto maior produtor do combustível no país. A planta em Cuiabá é sétima maior do setor e a responsável pela geração de cerca de 100 novos empregos na capital diretos.
A fábrica ocupa uma área de 50 mil m² e está apta a usar óleo vegetal e gordura animal para a produção de biodiesel B100. A usina foi instalada em uma planta localizada no Distrito Industrial que estava paralisada há seis anos. O espaço recebeu investimentos em manutenção, reforma e ampliação, que resultaram na modernização de suas instalações.
O superintendente da Delta Energia, Silvio Roman, destacou a importância de Mato Grosso para o setor de biodiesel, já que o estado é o maior produtor de soja do mundo e está em segundo na produção do biocombustível. Além disso, ele contou ter recebido o apoio do governo para a vinda da empresa para o estado.
“Adquirimos a planta em janeiro e fizemos a ampliação. Mato Grosso é estratégico porque temos a matéria prima no estado. Estamos no seguimento há praticamente nove anos com uma unidade em Mato Grosso do Sul e vimos a oportunidade de vir para Mato Grosso com o apoio do estado”, relatou.
O presidente da Federação das Indústrias do Estado de Mato Grosso (Fiemt), Gustavo Oliveira, afirmou que a chegada da usina representa um reforço à estratégia de incentivo ao biocombustível, colocando Mato Grosso num cenário de liderança no setor, além de trazer uma produção sustentável.
“É importante para o desenvolvimento do estado, para quem olha para Mato Grosso e percebe este mercado disponível. Não há crise que supere um espírito empreendedor”, comentou.
O governador Mauro Mendes (DEM) ressaltou que é a vinda da usina representa um investimento importante de um setor em desenvolvimento no nosso país e a expectativa é de crescimento de até 50% a demanda. Além disso, ele lembrou que a empresa foi instalada numa planta que estava desativada há mais de cinco anos, o que acaba colaborando para o desenvolvimento.
Mendes disse acreditar no potencial da empresa para que se torne líder no segmento e isto só beneficia Mato Grosso. “Pela característica da empresa e a oportunidade que o mercado e Mato Grosso oferece não tenho dúvida que venha a ser líder e este é um desafio em conjunto fazer crescer a produção em Mato Grosso beneficiando o estado”, afirmou.
A Delta já obteve todas as autorizações de licenças junto aos órgãos reguladores para funcionar. A comercialização será realizada por meio de licitações públicas promovidas pela Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (ANP).
Fonte: Leia Agora
Autor: Gabriella Arantes e Alline Marques
Usina de biodiesel em Cuiabá será a 7ª maior do país e produzirá até um milhão de litros por dia
Presente no mercado desde 2010 com uma unidade em Rio Brilhante (MS), a Delta Energia anuncia a nova planta de Cuiabá com capacidade de produção de até um milhão de litros de combustível limpo por dia. Essa será a sétima maior planta do país e deve gerar cerca de 100 empregos diretos. A fábrica ocupa uma área de 50 mil m² e está apta a usar óleo vegetal e gordura animal para a produção de biodiesel B100. Ainda não foi divulgada a data que a nova unidade deve começar a funcionar.
As unidades de Rio Brilhante (MS) e de Cuiabá, o grupo produzirá cerca de 1,6 milhão de litros de combustível por dia, se consolidando como o quinto maior produtor de combustível do país. A empresa vem investindo no segmento de produção de biodiesel nos últimos anos. As duas unidades juntas vai praticamente triplicar suas operações.
“Acreditamos no desenvolvimento deste setor do país e, há algum tempo, temos estudado expandir nossos negócios em biodiesel. Em abril deste ano, concluímos a compra desta nova fábrica, após a concessão de autorização da Secretaria de Estado de Desenvolvimento Econômico do Mato Grosso”, diz Silvio Roman, superintendente de Biodiesel do Grupo Delta Energia.
A planta recebeu investimentos em manutenção, reforma e ampliação, que resultaram na modernização de suas instalações. A Delta já obteve todas as autorizações de licenças junto aos órgãos reguladores para funcionar. A comercialização será realizada por meio de licitações públicas promovidas pela Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (ANP).
A decisão da Delta Energia em expandir sua atuação em biocombustíveis está em sintonia com o mercado. O anúncio da chegada da Usina de Cuiabá está em linha com as medidas da Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (ANP). Recentemente, o órgão determinou o aumento da mistura de biodiesel de 10% para 11% no diesel comum.
Segundo Roman, o cenário nacional é bastante promissor. “A previsão é que, em março de 2020, o percentual da mistura de biodiesel em todo o diesel consumido no Brasil seja de 12%, com perspectiva de atingir 15% até 2023”, conclui o superintendente de Biodiesel do Grupo Delta Energia.
Sustentabilidade
A planta de Cuiabá atuará com foco no desenvolvimento socioeconômico da região por meio da geração de empregos e compra de matéria-prima de produtores locais, alinhada com a unidade em Rio Brilhante (MS). “Contribuímos para o Programa de Agricultura Familiar estabelecido pelo Governo Federal e já estamos também em busca do Selo Combustível Social para esta nova unidade”, explica Roman.
Sobre o Grupo Delta Energia
O Grupo Delta Energia, empresa 100% nacional, iniciou suas atividades no segmento de comercialização de energia elétrica em 2001, e consolidou-se como uma das principais organizações do setor. Com carteira de clientes que inclui algumas das maiores indústrias do País, o Grupo Delta Energia diversificou seu portfólio de negócios nesses 18 anos de atuação, investindo em empresas que agregam sinergias a suas operações. Hoje, além de atuar na comercialização de energia elétrica, está presente no mercado de biocombustíveis e na estruturação dos dois maiores fundos de investimentos em energia do Brasil. Em média, o Grupo transaciona 5 mil MW médios por mês o que corresponde a 8% do consumo de energia brasileiro.
Fonte: Olhar Agro e Negócios
Autor: Thaís Fávaro
Com nova usina, Delta Energia cresce no mercado de biodiesel
Segunda unidade faz da empresa a 5ª maior do segmento no país
Nascida com a liberalização do mercado de energia elétrica no país no início deste século, a Delta Energia dará um passo importante para ampliar sua presença no mercado de biocombustíveis. A empresa vai inaugurar na semana que vem sua segunda usina de biodiesel, em Cuiabá (MT). O aporte, cujo valor não foi revelado, catapulta a companhia dos sócios Ricardo Lisboa e Rubens Parreira à posição de quinta maior fabricante de biodiesel do país, atrás de companhias já tradicionais como BSBios, ADM e Granol, num momento em que perspectivas positivas animam o segmento.
A unidade mato-grossense foi adquirida neste ano do Instituto Mato-Grossense do Algodão (IMA), e estava parada há seis anos. De acordo com a Delta, a usina recebeu investimentos para a ampliação de sua capacidade e em modernização, e agora está preparada para produzir até 360 milhões de litros de biodiesel ao ano – sétima maior capacidade do segmento, afirmou Silvio Roman, superintendente de biodiesel da empresa, ao Valor.
A primeira unidade da Delta, em Rio Brilhante (MS), também recebeu investimentos em 2018 e teve sua capacidade duplicada, para cerca de 220 milhões de litros por ano. Quando as duas unidades da companhia estiverem funcionando a plena capacidade, o volume de produção poderá atingir até 580 milhões de litros de biodiesel por ano – o que, dado o preço do último leilão (R$ 2,857 o litro) promovido pela Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (ANP), garantiria uma receita anual de quase R$ 1,5 bilhão.
A aposta da companhia no segmento foi impulsionada pela implantação, por parte do Ministério de Minas e Energia (MME), do cronograma de aumento da mistura obrigatória de biodiesel no diesel no país, cujo primeiro passo, neste ano, foi o aumento do percentual de 10% para 11% – o B11 que começou a ser praticado no último leilão da ANP.
“Estamos no momento certo. Vimos que tínhamos que aumentar nossa produção, procurar novas usinas”, disse. Apenas no último leilão, a demanda foi 100 milhões de litros maior, ressaltou o executivo. Como o cronograma do governo prevê aumentos da mistura de 1 ponto percentual por ano até 2023, quando todo o diesel vendido no país terá que ter 15% de seu correspondente renovável, a expectativa é de forte avanço da demanda pelo produto.
Nos leilões deste ano, a Delta comercializou R$ 198,7 milhões em biodiesel produzido em Rio Brilhante (MS), segundo dados da ANP. A companhia não informa sua receita total, que inclui os negócios de comercialização de energia elétrica e etanol, mas diz que o segmento de biodiesel representa 10% da receita. Se levadas em consideração as vendas de biodiesel de 2018 por leilões registradas pela ANP, o faturamento total da Delta no ano ficou em torno de R$ 2,7 bilhões.
Segundo Roman, a intenção da Delta Energia é participar com sua nova usina no último leilão do ano, em novembro e dezembro.
A decisão por crescer em biodiesel em Mato Grosso está relacionada não só à abundância de matéria-prima na região – como óleos vegetais e gordura animal -, mas também ao benefício fiscal previsto na legislação estadual, que reduz a incidência de ICMS nas vendas do biodiesel. A usina em Mato Grosso do Sul também conta com o benefício.
A Delta vê pela frente espaço para incorporar mais usinas de biodiesel, especialmente se o governo determinar um novo marco regulatório para o biodiesel para o período posterior a 2023, disse Roman. “O mais importante para o crescimento do setor é o aumento da mistura.
Depois vem a retomada econômica”, ressaltou. “Mas, daqui para frente, podemos ter mais usinas”.
Embora exista capacidade ociosa, ele estima que estão menores as possibilidades de aumento da produção apenas dentro da capacidade instalada no país atualmente. Segundo dados da ANP de julho – antes da entrada em vigência do B11 -, a capacidade ociosa dentro do total autorizado a operar estava em 30%. Mas, conforme Roman, o aumento da demanda com a nova mistura já reduziu “bem” essa diferença.
Em agosto, quando as usinas já estavam trabalhando com a expectativa de vigência do B11, a produção bateu recorde mensal de 503 milhões de litros, segundo a ANP.
Além do mercado de biodiesel, a Delta Energia também atua na comercialização de etanol e, neste ano, está estudando a entrada no mercado de distribuição do combustível.
Fonte: Valor Econômico
Autor: Camila Souza Ramos
Zeta Energia anuncia novo diretor
Pedro Nascimento, que já atuou no Grupo Delta Energia, foi o escolhido para cargo na comercializadora
Formado em Engenharia Elétrica pela Unesp, Pedro Nascimento será um dos diretores da Zeta Energia, comercializadora criada em maio de 2019 pelo Grupo Delta Energia e que é responsável pelas operações de comercialização de energia do segundo fundo de investimentos da empresa, com aporte de R$ 800 milhões.
Pedro iniciou sua trajetória profissional na própria Delta Energia, em 2006, onde atuou nas áreas de Backoffice, Gestão e Comercial. Desde 2015 estava na América Energia, na liderança das ações de comercialização de energia.
Fonte: Agência Canal Energia
Zeta vem apresentando resultado acima das expectativas, aponta diretor
Comercializadora recém criada para administrar R$ 800 milhões de um único cotista conseguiu capturar variação anormal de preços da energia no curto prazo para essa época do ano.
Em três semanas de atuação o segundo fundo da divisão de asset da Delta Energia vê perspectivas positivas e performance acima do esperado pelo cotista único da comercializadora Zeta. Já foram fechadas operações em três horizontes, um para 2024, outro para 2021 e no curto prazo. Até o momento a nova empresa tem R$ 400 milhões em tesouraria para ser utilizado, metade do valor total do fundo que poderá ser acessado quando necessário.
Zebedeu Fernandes, diretor da Zeta, relatou que a empresa tem encontrado abertura com geradores, autoprodutores e grandes consumidores. Esse era justamente o público alvo que a comercializadora imaginava alcançar em seu início de operação, contou ele em entrevista à Agência CanalEnergia durante o Energy Solutions Show, evento realizado na semana passada pela Informa Markets – Grupo CanalEnergia.
Ele não revela o valor já aplicado pela empresa nas operações nem o volume de energia negociado. Mas afirmou que a estratégia foi a de trazer para a Tesouraria da comercializadora apenas a primeira metade nesse momento, o que já traz um alto grau de liquidez para suas operações.
“Nossas operações não olham fonte e sim preço e duração dos contratos. Temos operações até 2024 e alguma coisa próximo a 10% do portfólio alocado no ano de 2019”, comentou. “Conseguimos capturar esse movimento de baixa nos preços da energia e está rendendo bons resultados”, comemorou ele em relação ao valor do PLD no final de maio e início deste mês quando o patamar de preços está, normalmente, mais elevado do que vem apresentando atualmente.
Para fins de comparação, o valor do PLD na última semana operativa de maio estava em R$ 137,39/MWh na carga pesada no submercado Sudeste/Centro-Oeste e Sul e em R$ 42,35/MWh no Nordeste e Norte, este último o piso estabelecido pela Aneel. Nesta semana o valor está no piso para todo o país. Nessa mesma época de 2018 os valores estavam na casa dos R$ 410 a R$ 450 por MWh nos dois maiores submercados do país e entre R$ 380 e R$ 320/MWh nas outras duas regiões.
Essa reversão das expectativas no comportamento dos preços da energia é um dos pontos que ajudaram a Zeta a até superar as expectativas de retorno do cotista. Para o presidente da Asset da Delta Energia, Luiz Fernando Leone Vianna, essa incerteza não afeta diretamente os negócios porque a nova comercializadora é provida de maior agilidade na tomada de decisões, o que ajuda a capturar essas oscilações. Essa característica, disse ele, é importante para as operações, onde no longo prazo, como no primeiro fundo, não está suscetível a essas variações.
Aliás, os possíveis movimentos mais frequentes de preços que o preço horário trará caso realmente entre em vigor no ano que vem podem abrir um novo nicho para atuação de comercializadoras, avaliou Fernandes. O executivo não acredita que deverá ser verificado um aumento médio da volatilidade de preços no mercado. Mas, admitiu que será criado um ambiente de negócios com oportunidades para explorar as variações intraday de preços. “Poderemos ter produtos diferentes para o intraday e as comercializadoras podem ajudar a mitigar o risco dessas mudanças horárias, o setor pode ser um agente provedor de liquidez nesse mercado”, ponderou o executivo.
Vianna ressaltou que essa liquidez pode vir de negócios envolvendo a compra ou venda de energia para consumidores cuja modulação horária para outro agente que necessita desse recurso em determinado horário do dia. A meta é a de complementar a necessidade energética atendendo a essa modulação intra horária.
Contudo, lembrou o executivo chefe da Asset, ainda há diversos pontos pendentes que precisam ser equacionados antes de que o preço horário seja realmente adotado. Ele citou a necessidade de se ajustar o modelo quanto a possibilidade de PLD negativo e determinados períodos do dia, que levaria o gerador a ter que pagar para produzir sua energia. E ainda, questões como a própria influência do modelo de previsão de chuvas na formação do preço ante o nível dos reservatórios. “Acho difícil entrar em 2020”, estimou. “PLD negativo em um esquema de despacho centralizado é um problema”, acrescentou.
Novos fundos
Enquanto isso, a Delta vem estudando as opções que estão disponíveis e as perspectivas para a criação de novos fundos a exemplo dos dois primeiros. Na avaliação de Vianna, o mercado tem se mostrado favorável. “Queremos nos oferecer como uma forma de financiabilidade do setor elétrico, podemos ajudar nesse aspecto”, definiu.
Segundo Vianna, os próximos passos começaram a ser delineados. Há conversas com contrapartes para ouvir e entender as necessidades que existem no mercado para que a empresa possa estruturar os próximos fundos no caminho de alcançar a meta de R$ 5 bilhões administrados. Inclusive, dependendo da evolução da economia e das necessidades de financiabilidade alvo dos fundos o volume financeiro alocado pode ser maior que os dois primeiros que estão em pouco menos de R$ 1 bilhão. “Ainda estudamos qual caminho seguir”, finalizou o executivo.
Fonte: Agência Canal Energia
Autor: Maurício Godoi
Zeta inicia comercialização visando grandes consumidores
Formada a partir do segundo fundo de investimentos criado pelo grupo Delta Energia, a comercializadora Zeta Energia iniciou suas operações na última semana, com uma injeção de liquidez no mercado livre, a partir do montante de R$ 800 milhões captados pelo fundo. A nova empresa também vislumbra preencher uma lacuna no ambiente livre relativa a operações de grandes volumes de energia para clientes de grande porte.
“Havia um espaço para ser ocupado por uma empresa desse porte, para gerar liquidez para operações maiores, mais volumosas, embora vamos atuar também em operações menores. Mas existia uma lacuna no mercado para esse porte de comercializadora”, afirmou Zebedeu Fernandes, diretor da Zeta Energia. Com atuação no setor elétrico desde 2000, ele já trabalhou em empresas como Votorantim e na Câmara de Comercialização de Energia Elétrica (CCEE), tendo sido responsável pela estruturação da área de comercialização da Santo Antônio Energia (Saesa).
O processo de criação da Zeta Energia foi semelhante ao da Beta Comercializadora, formada em 2017 pelo fundo de investimentos CSHG Delta Energia, com cerca de R$ 1 bilhão captados pelo Credit Suisse Hedging-Griffo (CSHG) e a Delta. Já a Zeta foi estabelecida a partir do fundo BCPS Delta Energia Fundo Multimercado, parceria da Delta com um fundo estrangeiro cujo nome não é informado. Juntos, captaram R$ 800 milhões.
Segundo Rodrigo Pereira, da Delta Energia Asset Management, a Zeta terá uma mesa de operações própria e uma atuação independente à da Beta e das demais áreas da Delta. Além disso, a estratégia da Zeta será diferente. “O primeiro fundo foi focado em pré-pagamento de energia [em que a empresa compra uma determinada quantidade de energia, pagando antecipadamente por sua totalidade]. E este fundo tem estratégia de trading direcional [compra e venda de energia, no curto, médio e longo prazo]”, explicou Pereira.
Segundo ele, a Zeta contribuirá para a meta do fundo de atingir R$ 5 bilhões em recursos sob gestão da empresa até 2022.
Para Roberto Costa Filho, diretor da Zeta, a comercializadora também surge em um momento importante do mercado livre de energia, que tem buscado cada vez mais o mercado de capitais como fonte de liquidez, além de aumentar a governança do ambiente de negócios. “É um amadurecimento do setor”, afirmou.
Os executivos também destacaram a importância da criação da empresa em um momento em que o mercado discute medidas de aumento de segurança, após algumas comercializadoras não terem honrado contratos no início do ano, depois da elevação repentina e inesperada de preços.
“Vai haver um mix de regulação com autorregulação pelo próprio mercado, que vai caminhar para um mercado mais saudável”, explicou Fernandes.
Segundo o diretor da Zeta, o fato de a Delta não ter sido impactada pelos problemas ocorridos no início do ano evidenciaram a robustez da gestão do grupo, tanto em risco de crédito quanto em risco de mercado.
Fonte: Valor Econômico
Autor: Rodrigo Polito
Bolsonaro nomeia três novos conselheiros da Itaipu Binacional
RIO E BRASÍLIA – O presidente Jair Bolsonaro nomeou três novos conselheiros para a parte brasileira de Itaipu Binacional.
De acordo com decisão publicada no Diário Oficial da União (DOU) desta quinta-feira, foram nomeados para os cargos o presidente da Eletrobras, Wilson Ferreira Júnior, o ex-diretor-geral brasileiro de Itaipu, Luiz Fernando Vianna, e o chefe da assessoria especial do presidente da República, Célio Faria Júnior. O mandato dos três vai até 16 de maio de 2020.
Eles substituirão o ex-secretário-executivo do Ministério de Minas e Energia, Paulo Pedrosa, além de Samantha Marques e Orlando Pessuti.
O conselho de administração de Itaipu Binacional é composto de 14 integrantes, sendo sete do Brasil e sete do Paraguai.
Fonte: Valor Econômico
Autor: Rodrigo Polito e Juliano Basile
Jair Bolsonaro nomeia novos conselheiros para Itaipu Binacional
Três novos conselheiros foram nomeados pelo presidente Jair Bolsonaro, para a Itaipu Binacional. A nomeação foi publicada no Diário Oficial da União desta quinta-feira (09).
Foram nomeados o presidente da Eletrobrás, Wilson Pinto Ferreira Júnior, o ex-diretor-geral brasileiro da Itaipu, Luiz Fernando Leone Vianna, e o chefe da Assessoria Especial do Presidente
da República, Célio Faria Júnior. O mandato dos três novos conselheiros é até 16 de maio de 2020.
O decreto da Presidência da República também traz a exoneração de Samantha Ribeiro Meyer-Plug Marques, Paulo Jerônimo Bandeira de Mello Pedrosa e Orlando Moisés Fischer Pessuti. O Conselho de Administração da Itaipu Binacional é composto por 14 integrantes, sendo sete de cada país (seis conselheiros e um representante do Ministério de Relações Exteriores).
Fonte: CBN
Grupo Delta lança fundo com foco no mercado livre
Delta terá uma nova comercializadora para investir os R$ 800 milhões que um investidor estrangeiro aportou na asset do grupo
O Grupo Delta Energia lançou o seu segundo fundo de investimentos multimercado. Essa é uma iniciativa da subsidiária de Asset Management da empresa e conta com a captação de R$ 800 milhões junto a apenas um sócio estrangeiro, que não teve sua origem ou identidade revelada. A meta é a operação no trade de energia em longo, médio e até no curto prazo. O fundo começará a operar já na próxima semana por meio de uma comercializadora a ser anunciada.
Os sócios da Delta Energia, Mário Guerreiro e Rodrigo Pereira, são os gestores desses recursos. Eles explicaram que, diferentemente do primeiro, esse não tem prazo determinado e não atuará no pré-pagamento de energia de usinas hidrelétricas, foco do fundo anterior, lançado em setembro de 2017.
“O primeiro fundo, foi a porta de entrada para o mercado financeiro e por isso tinha um perfil mais conservador em termos de risco. Agora estamos entrando no trade de energia, abordaremos as operações padrão do mercado”, indicou Guerreiro em entrevista à Agência CanalEnergia.
Pereira explicou que as conversas com o investidor neste novo produto iniciaram quando o primeiro fundo estava em andamento. Apesar disso, a companhia focou esse primeiro produto no mercado nacional com destaque para o Credit Suisse Hedging-Griffo. Ao final ficou com capital 100% nacional e vencimento em cinco anos, em 2022.
“Esse investidor estrangeiro veio conversando desde o primeiro fundo e participou da concepção deste segundo com a exigência de ser o único a participar. A Delta é a gestora e tem uma pequena participação financeira”, disse Guerreiro que não revelou a parcela de cada cotista. “É bem minoritária, apenas para alinhamento”, acrescentou.
Com mais esse fundo a Delta Asset dá mais um passo rumo à meta de ter sob sua gestão R$ 5 bilhões em cinco anos. No primeiro foram empregados R$ 810 milhões de patrimônio. Ou seja, em quase dois anos alcançou R$ 1,6 bilhão, ou pouco mais de 30% do objetivo.
Agora o foco da empresa está na busca de rentabilizar os recursos recém-captados para só depois começar a pensar no próximo fundo a ser lançado. Segundo os gestores ainda não há uma expectativa de quando começa o desenvolvimento do próximo produto. Há um pipeline de opções que foram avaliadas quando da formação da empresa e que continuam alinhados com o setor elétrico apesar das mudanças pelas quais vem passando.
“Não há uma regra ou expectativa de data, vamos buscar ter mais corpo do book de investimentos desse segundo fundo, ter um alinhamento com investidor de LP para começar a se dedicar na estruturação e captação do terceiro fundo”, comentou Pereira.
Fonte: CanalEnergia
Autor: Mauricio Godoi
Delta capta segundo fundo e vê espaço para derivativos de energia
O grupo Delta Energia captou R$ 800 milhões em seu segundo fundo de investimentos, dando mais um passo na aproximação da energia com o mundo financeiro. Os recursos serão destinados exclusivamente a operações de compra e venda de energia com geradores, comercializadores e consumidores.
Este é o segundo fundo lançado pela Delta. O primeiro, cuja captação foi feita em parceria com a Credit Suisse Hedging-Griffo, captou R$ 1 bilhão em setembro de 2017 com investidores de private banking do grupo suíço e famílias do círculo de relacionamento da empresa. Fechado para aportes ou resgates por cinco anos, até 2022, a expectativa de retorno desse primeiro fundo era de 20% a 25% ao ano.
Desta vez, um “grande fundo de investimento” estrangeiro é o cotista majoritário, e também houve aporte realizado pela própria Delta. Não há prazo para liquidação do fundo, nem retirada programada. “Evidente que se o investidor estiver satisfeito, ele continuará investindo, que é o que imaginamos que vai acontecer”, disse Ricardo Lisboa, sócio do grupo Delta Energia.
Por razões contratuais, a companhia não divulgou o retorno esperado do fundo. “Será um bom retorno”, limitou-se a comentar Luiz Fernando Vianna, que é presidente da Delta Energia Asset Management.
Com mais de 40 anos de experiência no setor elétrico, Vianna, que acumula no currículo experiências relevantes como as presidências da Copel e de Itaipu, tem a função de executar a meta de atingir R$ 5 bilhões em recursos sob gestão da companhia até 2022.
“O fundo aproxima o mercado de energia do financeiro. Tradicionalmente, fundos investiam em ativos de energia, mas tanto o nosso primeiro quanto nosso segundo não vão investir em ativos”, disse Vianna. A expectativa do executivo é de que os R$ 5 bilhões sejam destinados à comercialização de energia, com foco no “lado financeiro” do negócio, mais do que no físico.
Instrumentos financeiros como derivativos de contratos de energia podem ser uma alternativa futura para investimentos do fundo. Lisboa faz parte do conselho da BBCE, plataforma eletrônica de leilão contínuo para comercialização de energia, que espera receber ainda neste ano a autorização da Comissão de Valores Mobiliários (CVM) para atuar como entidade administradora de mercado organizado de balcão, o que vai permitir o registro de derivativos de contratos de energia.
A construção desse mercado é um processo lento, uma vez que as transações de energia ainda envolvem baixa liquidez no país. “Construir um fundo como esse é um trabalho de mais de um ano, precisamos checar a disponibilidade de recursos, verificar o real funcionamento do formato”, explicou Lisboa. Para ele “as oportunidades mudam de tempos em tempos”, e a Delta tem como objetivo encontrar a melhor oportunidade para os investidores.
“Vejo como quase inevitável que no futuro o mercado de energia desvincule o físico do financeiro”, disse Lisboa. Segundo ele, em países em que isso já aconteceu, com desenvolvimento de uma “clearing” voltada para energia, o resultado foi saudável para o setor, ao permitir mais formas de financiamento, por exemplo. “Imagino que daqui cinco anos, em vez de comprar bitcoin pelo celular, você poderá comprar energia elétrica”, afirmou Lisboa.
Ao mesmo tempo em que se discute o avanço do mundo financeiro sobre o setor elétrico, o mercado livre de energia passa por discussões em torno do aumento da segurança das negociações, depois que algumas comercializadoras descumpriram contratos no início do ano e deram início a um efeito cascata de calotes. “Uma prova da solidez e credibilidade da Delta é que justamente num momento como esse conseguimos fazer a captação”, disse Lisboa. Segundo ele, o mercado pode ser sólido, “desde que se trabalhe com competência e responsabilidade”.
A companhia iniciou as conversas com o investidor cotista do fundo antes dos problemas do mercado livre chamarem a atenção. “O investidor confiou na Delta, não tivemos nenhum problema porque fazemos uma análise de crédito criteriosa”, disse Vianna.
Fonte: Valor Econômico
Autor: Camila Maia | De São Paulo
Ricardo Lisboa é reeleito presidente do Conselho da Abraceel
Houve renovação em quatro cadeiras; votação aconteceu nesta quinta-feira, 14
O executivo Ricardo Lisboa, da Delta Energia, foi reeleito presidente do Conselho de Administração da Associação Brasileira dos Comercializadores de Energia (Abraceel). Composto por oito membros, a eleição do novo conselho foi realizada na manhã desta quinta-feira, 14 de março, na sede do BTG Pactual, em São Paulo. Além de Lisboa, dois conselheiros foram reeleitos. Daniel Marrocos, que já foi do Conselho anterior (mas saiu no meio do mandato porque trocou de empresa), retorna ao quadro de conselHeiros. Houve renovação de quatro cadeiras.
“O sistema de governança da Abraceel prevê a eleição direta para o Conselho. A medida é considera vital para oxigenar a associação”, disse a entidade em nota. O Conselho de Administração tem como missão definir a orientação estratégica da entidade, e supervisionar as políticas implantadas pela diretoria executiva, com base nas diretrizes dos associados, além de assegurar o cumprimento do Estatuto Social e do Código de Ética. Deve aconselhar e fiscalizar a diretoria na orientação geral dos negócios da Abraceel e decidir sobre questões estratégicas, visando promover e observar o objeto social da associação e zelar pela sua perenidade, dentro de uma perspectiva sustentável dos interesses sociais da entidade.
Novo Conselho de Administração da Abraceel
Ricardo Lisboa (Delta) (reeleito presidente do Conselho)
Alessandra Amaral (Energisa – reeleita)
Eduardo Takamori (Engie)
Daniel Marrocos (Newcom – eleito, porém retornando)
Alessandro Brito (BC Energia)
Paulo Tarso (Petrobras)
Fonte: Agência CanalEnergia
Mercado vislumbra geração fora da ordem de mérito para poupar reservatórios
São Paulo, 24/01/2019 – O atual nível dos reservatórios das hidrelétricas do País e a perspectiva de que as chuvas podem não garantir uma boa recuperação do armazenamento até o final do período úmido, em abril, tem levado agentes do mercado a especular sobre medidas que poderiam ser tomadas pelo governo federal na tentativa de poupar reservatórios, incluindo a polêmica geração fora da ordem de mérito, ou seja, o despacho de termelétricas mais caras do que determina o modelo computacional que define os preços de curto prazo.
A alternativa já foi tomada em anos anteriores, diante de momentos de incertezas sobre as condições hidrológicas futuras, entre outros fatores. Atualmente a medida não vem sendo tomada, mas chegou a ser determinada no segundo semestre do ano passado, em meio ao acirramento da restrição hídrica. Uma solução nesse sentido depende de uma decisão do Comitê de Monitoramento do Setor Elétrico (CMSE), presidido pelo ministro de Minas e Energia e outros representantes da Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel), Câmara de Comercialização de Energia Elétrica (Aneel), Empresa de Pesquisa Energética (EPE) e o Operador Nacional do Sistema Elétrico (ONS).
“O mercado trabalha com a possibilidade de despacho fora da ordem de mérito, dependendo da hidrologia. É uma decisão possível, mas depende do que se definir de ENA (energia natural afluente), porque vemos um deprecionamento de reservatório em pleno janeiro”, disse a gerente de gestão da Delta Energia, Débora Mota, classificando a situação hidrológica atual como delicada, tendo em vista que os reservatórios do Sudeste estão em nível pior que o do início de 2014, na casa dos 27%.
“É possível pensar em despacho fora da ordem de mérito, se perdurar essa hidrologia, se fevereiro tiver um volume de ENA ruim, bloqueio climático”, disse o sócio da Compass Energia, Marcelo Parodi.
O gerente de risco de Mercado da comercializadora Electra Energy, Sandro Antonio Saggiorato, vislumbra que o ONS poderia solicitar o acionamento de térmicas fora da ordem de mérito na próxima reunião do CMSE, marcada para 6 de fevereiro. “Eu entendo como razoável a solicitação, e se fizer isso, a leitura é que o sistema está fragilizado”, disse, sugerindo que a permanência de uma hidrologia ruim poderia levar a questionamentos sobre segurança energética para um horizonte de 2019 e 2020.
Procurado pela reportagem, o ONS não respondeu até o momento aos pedidos de entrevista ou posicionamento.
O sócio-fundador da Capitale Energia, Rafael Mathias, salientou o histórico de operação do ONS. “Toda vez que o Sistema se mostrou com condição crítica, o ONS fez (o despacho fora de mérito)”, disse, sugerindo, porém, que uma medida desse tipo levaria mais tempo para ser tomada.
Já representantes de grandes grupos de energia minimizaram a possibilidade de despacho de térmicas fora da ordem de mérito no curto prazo e defenderam a necessidade de uma revisão mais ampla do modelo setor para melhorar a precificação da energia, entre outras questões. “O modelo tecnicamente é autoregressivo: fala do futuro olhando passado”, disse o diretor de regulação da EDP, Donato da Silva Filho, buscando explicar a rápida reversão da sinalização de preços, de uma tendência de baixa, para uma significativa alta, por conta de uma frustração de expectativas geradas a partir do registro recente acima do esperado. “O modelo vive de estresses (…) Migrar para uma precificação com base na oferta de agentes reduziria a volatilidade”, acrescentou.
A diretora de Regulação Estratégica e Inteligência de Mercado da CPFL, Fabiana Avellar, lembrou de discussões realizadas ao longo do governo de Michel Temer para a modernização regulatória e a sinalização de retomada das discussões. “O governo quer entender as propostas. A reformulação do modelo é grande”, comentou. (Luciana Collet – [email protected])
Fonte: Agência Estado
Autor: Luciana Collet | SP
Janeiro pouco chuvoso faz preço da energia aumentar 200% em 60 dias no mercado livre
São Paulo, 24/01/2019 – O volume de chuvas abaixo do esperado para janeiro nos reservatórios, especialmente na região Centro Sul do País, associado a um forte crescimento da demanda por energia, também em grande medida influenciado pelo clima, e com problemas no sistema de transmissão, fez os preços da energia apresentarem uma forte alta no mercado de curto prazo neste início do ano. Segundo dados da plataforma de negociação eletrônica BBCE, o preço do contrato de energia com entrega em março cresceu mais de 200% em menos de 60 dias, passando da mínima de R$ 111 por megawatt-hora (MWh), em 26 de novembro, para R$ 335/MWh em contrato fechado nesta semana.
“Teve efetivamente uma reversão de todas as expectativas do mercado para o período chuvoso, impactando preços futuros já a partir de meados de dezembro e o que a gente viu foi um acréscimo nos preços com uma velocidade grande”, disse o presidente da BBCE, Victor Kodja.
Ele se refere ao fato de que entre setembro e novembro o que se viu foi um volume de chuvas muito significativo e até surpreendente para o início do chamado período úmido, quando o aumento das precipitações proporciona a recuperação dos reservatórios das principais hidrelétricas do País. Em novembro, por exemplo, o volume de Energias Naturais Afluentes (ENAs), isto é, o volume de chuvas que tende a se transformar em energia armazenada nos reservatórios, superou a média histórica para o mês, o que não se verificava há alguns anos, permitindo o início antecipado da recuperação dos reservatórios.
Em dezembro, quando o volume de chuvas tende a ser ainda melhor, as precipitações foram menos volumosas do que inicialmente esperado, mas ainda assim ficaram dentro da média histórica para o mês, possibilitando uma recuperação de mais de 2 pontos porcentuais nos reservatórios do subsistema Sudeste/Centro-Oeste, considerado a “caixa d’água” do País.
“Fechamos 2018 com nível de armazenamento nos reservatórios 5 pontos porcentuais melhor do que 2017, em cerca de 28% no Sudeste, mas em janeiro já reverteu e estamos 4 pontos porcentuais abaixo de janeiro do ano passado”, disse o sócio da comercializadora Compass Energia, Marcelo Parodi, citando a expectativa de fechar o primeiro mês de 2019 com afluências em 65% da media histórica para o mês. “Seria pior que 2017 e um cenário perto de 2014, que foi um ano bem ruim, e abaixo dos 72% de 2001, ano do racionamento”, acrescentou.
A gerente de gestão de clientes da Delta Energia, Débora Mota, salientou que o nível dos reservatórios do Sudeste neste início de 2019 só está em situação melhor do que em 2015, tendo em vista os dados históricos disponíveis. “Está pior do que começou 2014, o que, num histórico de 18 anos, mostra uma situação crítica”, disse, salientando o fato de que este é um período em que se deveria observar acúmulo de água nos reservatórios e não sua utilização. Segundo ela, mesmo considerando chuvas potencialmente dentro da normalidade para fevereiro e março, os volumes não serão suficientes para reverter os cerca de 45 dias de afluências frustradas.
O sócio-fundador da Capitale Energia, Rafael Mathias, citou que o nível dos reservatórios do Sudeste, que está em 27,5%, era de 30% no mesmo período do ano passado e chegou atingir o nível de 45% no fim do período úmido. “Agora, eles não estão mais em tendência de alta, mas em tendência de lado, nada indica que vai chegar a 45%”, disse.
“Depende da meteorologia. Se vier chuva, pode ser que o quadro mude completamente e voltemos a falar de um cenário diferente, mas o que se vê atualmente é um armazenamento muito prejudicado, porque completamente comprometido em janeiro e com previsão de fevereiro sem afluência significativa na primeira quinzena”, reforça Débora.
De acordo com a meteorologista Rebeca Fonseca, da Somar Meteorologia, a perspectiva é de que fevereiro registre um volume de chuva melhor do que janeiro no Sul e Sudeste, tendo em vista que o bloqueio atmosférico que se instalou no País, impedindo o avanço das frentes frias no País entre meados de dezembro e janeiro tende a se dissipar neste fim de mês. “Vai ocorrer chuva, mas não tão persistente e homogênea como novembro e dezembro”, disse, sugerindo que o volume de energia armazenada tende a ser inferior ao observado em novembro e dezembro de 2018.
Ela sugeriu, porém, que a configuração do El Niño entre abril e maio, quando se inicia o chamado período seco, pode reduzir o impacto negativo do verão pouco chuvoso, pois o fenômeno, já sinalizado em mapas, aumenta a incidência de chuva na região Sul. Com isso, essa região poderia gerar mais energia e exportar para o Sudeste, que por sua vez poderia poupar parcialmente o uso dos reservatórios. Rebeca lembra, porem, que o El Niño também favorece o aumento das temperaturas, pressionando potencialmente o consumo no Sudeste.
O consumo, aliás, é outra variável que ajudou a pressionar os preços de energia, citou o gerente de risco de Mercado da comercializadora Electra Energy, Sandro Antonio Saggiorato. Ele lembrou que o bloqueio atmosférico, ao mesmo tempo que impediu o avanço das frentes frias, propiciou temperaturas mais elevadas nos centros urbanos, ocasionando demanda adicional de energia por conta da refrigeração, e o que se viu foi uma sucessão de recordes de carga sendo batidos no País neste mês. “A cada dia temos novos recordes de consumo e não temos energia disponível como deveria? A chuva ficou concentrada no extremo Norte e extremo Sul, mas não se consegue contar com a energia das usinas do Norte por não estão conseguindo escoar”, disse, referindo-se a problemas em linhas de transmissão que escoam a energia de Belo Monte e das usinas do Rio Madeira.
“É uma tempestade perfeita contribuindo para os preços de curto prazo”, resumiu o presidente da Pacto Energia, Rodrigo Pedroso. Segundo ele, os problemas na transmissão, embora pontuais, geraram impacto nos preços da energia, em cerca de R$ 3 a R$ 5 por MWh.
E dado o peso das ENAs de janeiro e da recuperação dos reservatórios na formação do preço ao longo do ano, especialistas apontam que a tendência de que preços de energia similares aos de 2018 ou até mais elevados. Contratos disponíveis na BBCE apontam para um preço médio próximo de R$ 300/MWh. Em 2018, o preço spot de energia, tecnicamente conhecido como preço de liquidação das diferenças (PLD), fechou o ano numa média de R$ 288/MWh.
Estratégia
Diante da escalada rápida e não esperada dos preços spot de energia, o que se viu foram agentes de mercado acelerando as compras de energia para evitar a exposição a preços potencialmente ainda maiores. O movimento foi puxado por comercializadoras, que procuraram cobrir suas posições vendedoras, diante do movimento contrário às expectativas anteriores de preços comportados pelo período úmido.
Mas Parodi, da Compass, sugere que a reversão de expectativa pode ser negativa para o setor produtivo. “O setor industrial praticamente inteiro está no mercado livre, e se a expectativa era recontratar a preços mais baixos esse ano, o cenário de preços mais alto pode gerar impacto de aumento de custo, um efeito contrário ao de recuperação de PIB”, disse. Segundo ele, embora diversas indústrias tenham aproveitado os bons preços do fim de 2018 para a recontratação, algumas utilizaram a estratégia de comprar apenas parte de suas necessidades, vislumbrando preços melhores neste início de ano. “Teve recontratação, mas não total, muita empresa preferiu esperar início do ano.
Já no grupo CPFL, boa parte da carteira de clientes aproveitou os bons preços de mercado entre outubro e novembro para o fechamento de contratos. “A grande maioria fecha compras com antecedência, mas tem um ou outro que entende que é melhor aguardar entrada no período úmido”, disse o chefe da comercialização, Ricardo Motoyama, sugerindo que boa parte dos grandes consumidores atendidos já possuem contratações significativas em 2019 e 2020.
“A nossa orientação, diante do cenário, foi de contratação”, reforçou a diretora de Regulação Estratégica e Inteligência de Mercado da CPFL, Fabiana Avellar. Ela acrescentou que no caso dos clientes que optam por deixar parcela de seu consumo descontratado, a comercializadora ajuda na elaboração de um orçamento estimado, de maneira a evitar potencial surpresa. “O quanto pode impactar na produção industrial e na retomada de indústria é muito pouco porque se deixa parcela pequena, especialmente de curto prazo”, acrescentou.
A EDP, por sua vez, salienta que todas as frentes de negócio do grupo buscam mitigar os riscos relacionados à volatilidade do PLD, reduzindo sua exposição ao preço de curto prazo. No caso da geradora, por exemplo, o diretor de regulação da companhia, Donato da Silva Filho, disse que a estratégia é similar à adotada em 2017 a 2018, com manutenção de disponibilidades de energia descontratadas. “Mantemos um nível (de descontratação) entre 15% e 20%, com a perspectiva de subida (de preços) ficamos mais perto dos 20%”, comentou. (Luciana Collet – [email protected])
Fonte: Agência Estado
Autor: Luciana Collet | SP
Bolsonaro escolhe ex-ministro de Temer para dirigir Itaipu
O general Joaquim Silva e Luna, que foi ministro da Defesa durante o governo de Michel Temer, será o diretor-geral de Itaipu Binacional, hidrelétrica que pertence ao Brasil e ao Paraguai e responde por 15% da energia consumida pelos brasileiros.
O convite foi feito por Jair Bolsonaro (PSL) nesta quinta-feira (17)e, segundo assessores do presidente, o general aceitou.
Silva e Luna terá a missão de fazer uma faxina nas indicações de cunho político que perduram na companhia, desde a gestão do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT).
O loteamento na companhia se agravou principalmente durante a gestão do ex-presidente Michel Temer, que usou a nomeação de cargos de assessores na empresa como moeda de troca com partidos do Congresso.
Antes de deixar o cargo, Temer ainda indicou o ex-ministro da Secretaria de Governo, Carlos Marun, para fazer parte do conselho de administração da empresa –o que poderia ser revertido apenas pelo presidente.
A nova fase da gestão brasileira de Itaipu promete mudanças drásticas.
Uma das ideias é reduzir o volume de royalties às cidades do Paraná, onde está instalada a usina. Esses repasses são feitos por todas as hidrelétricas do Brasil, mas o valor pago por Itaipu é três vezes maior do que o pagamento das demais.
Essa revisão deverá representar uma briga grande com os governos dos 16 municípios beneficiados, assim como o do estado do Paraná, que também recebe recursos.
Além disso, a redução poderá provocar um conflito com o próprio Paraguai, que tem direito a metade dos royalties e que tampouco tem interesse em diminuir esse valor.
A principal missão de Silva e Luna, porém, deverá ser a renegociação com o Paraguai dos termos financeiros do Tratado de Itaipu, que deverá ocorrer até 2023.
Ele deverá fazer uma avaliação sobre o que fazer com a receita da usina a partir de 2023, quando a dívida contraída para a construção da usina será totalmente paga.
Hoje, cerca de US$ 2 bilhões das receitas de Itaipu são usados para pagar esse financiamento. Esse valor corresponde a cerca de 60% da receita total da empresa e da tarifa paga pelos consumidores.
A experiência internacional de Luna e Silva, que participou da Missão Militar Brasileira de Instrução no Paraguai, deverá ajudar o novo diretor-geral na negociação, segundo Luiz Fernando Vianna, que ocupou o cargo entre 2017 e 2018 e que hoje comanda a gestora Delta Energia Asset Management.
“Ele possui todas as competências para o cargo, com formação em engenharia, para fazer frente aos desafios técnicos, e habilidade política, para conduzir as questões regionais”, diz ele.
Fonte: Folha de S. Paulo
Autor: Julio Wiziack e Taís Hirata | Brasília e São Paulo
Governo reduz exigência para que empresas participem do mercado livre
São Paulo – Dentre um dos últimos atos do governo Michel Temer, o Ministério de Minas e Energia (MME), com apoio da Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel), publicou no dia 28 de dezembro a portaria nº 514/2018, que amplia o acesso ao mercado livre (ou ACL – Ambiente de Contratação Livre) para consumidores empresariais a partir da redução dos limites exigidos de carga para contratação de energia elétrica.
De acordo com o texto da portaria, a partir do dia 1º de julho de 2019, os consumidores com carga igual ou superior a 2.500 kW (kilowatts), atendidos em qualquer tensão, poderão optar pela compra de energia elétrica de qualquer concessionário, permissionário ou comercializadora autorizada de energia elétrica vinculados ao Sistema Interligado Nacional (SIN). Além disso, a norma regulatória estabelece que esse limite de carga será reduzido para 2.000 kW a partir de 1º de janeiro de 2020.
O chamado consumidor livre é aquele que pode escolher seu fornecedor de energia elétrica por meio de livre negociação, não tendo de ser obrigatoriamente cliente de uma distribuidora de energia específica.
Atualmente, podem ter acesso ao mercado livre empresas que tenham carga mínima de 3.000 kW e tensão mínima igual ou superior a 69 kV (kilovolts, para consumidores conectados até 08/07/1995) e de 2,3 kV (para conexões posteriores àquela data). Há também os chamados consumidores especiais, cuja carga mínima deve ser de 500 kW e tensão de 2,3 kV. Estes devem adquirir somente a chamada energia incentivada, advinda de fontes renováveis de geração elétrica, como PCHs (pequenas centrais hidrelétricas), usinas solares ou eólicas.
“Com a redução das exigências para que empresas possam ingressar no mercado livre de energia, este segmento, que vem crescendo ano a ano, ganha mais um impulso. O acesso à comercialização livre permite às empresas uma economia que, em alguns casos, pode chegar a 40% da conta com o consumo de eletricidade. Isso é bom para os consumidores e também para o mercado, que passa a conviver com uma concorrência sadia e fortalecida, que tende a estimular investimentos no setor, especialmente em geração e distribuição”, afirma a gerente Comercial do Grupo Delta Energia, Ursula Vieira.
Fonte: Diário do Comércio de Minas Gerais
Setor elétrico vê com otimismo perspectiva de mudança legal
Brasília – O setor elétrico deposita grandes esperanças no governo Jair Bolsonaro para solucionar sérios problemas e modernizar as regras setoriais, movimentos que a gestão do antecessor, Michel Temer, tentou realizar, mas sem sucesso.
Apoiados no discurso liberal apresentado pelo novo presidente, agentes do setor acreditam que o governo deve encampar a proposta de atualização do marco regulatório desenhada pela gestão anterior e que propõe diversas alterações legais, incluindo a liberalização do chamado mercado livre. Há quem acredite que mudanças possam ocorrer ainda este ano, não obstante reformas mais abrangentes para a economia nacional, como a previdenciária e a tributária, sejam prioridade e devam concentrar os esforços nestes primeiros meses de governo.
“Os debates sobre Previdência Social e reforma política e tributária vão, provavelmente, dominar a agenda política em 2019 Mas os setores de energia e saneamento também têm importantes leis para serem aprovadas”, disseram os analistas de energia do Itaú BBA, Pedro Manfredini, Gustavo Miele e Raul Cavendish, citando, no caso do setor elétrico, a modernização do marco regulatório, a questão dos problemas decorrentes do risco hidrológico (GSF, no jargão setorial) e a proposta da capitalização da Eletrobras, que também depende de alteração legal.
A modernização das regras setoriais é considerada primordial entre executivos e especialistas para adequar a regulação à realidade atual do mercado e aos avanços tecnológicos em ebulição no setor elétrico. Uma proposta de reforma chegou a ser desenhada entre o final de 2017 e o início de 2018, pela equipe do então ministro de Minas e Energia Fernando Coelho Filho. Uma minuta do projeto de lei foi apresentada ao Planalto, mas não chegou a ser encaminhada ao Congresso. Alguns dos pontos principais dessa proposta foram, então, inseridos em projetos de lei que já estavam em andamento no Congresso, mas os textos não foram votados até o fim de 2018.
A expectativa é de que a equipe do novo ministro de Minas e Energia, almirante Bento Albuquerque, aproveite o trabalho já realizado, para que o encaminhamento possa ocorrer de forma mais rápida, mesmo que sejam feitos alguns ajustes no texto. “Como vários temas foram tratados em audiências públicas, não tem por que jogar fora. É importante que a nova liderança avance nos aperfeiçoamentos que tiverem de fazer, mas que não perca tempo, porque foi um entendimento construído”, defendeu o presidente do Instituto Acende Brasil, Claudio Sales.
Para o presidente da Beta Energia, João Carlos Guimarães, a modernização do setor, na prática, já está em andamento pelos agentes econômicos e a despeito da regulação. Diante disso, cabe aos reguladores acompanhar o processo. Ele, que comanda uma comercializadora controlada pelo Fundo de Investimento FIM CSHG Delta Energia, avalia que os gestores de recursos já têm se preparado para a abertura no mercado de energia e as novas oportunidades que isso vai gerar. “Não tem como resistir à mudança. Vimos isso no setor de tecnologia da informação, telecomunicações e serviços, como Uber e Airbnb.
Fonte: Estadão
Reproduzida: D24AM.com, do Diário do Amazonas
Autor: Luciana Collet | De São Paulo
Traders de energia arrecadam R$ 1,3 mi para financiar educação de crianças carentes
Traders de energia estiveram reunidos na última quinta-feira, 6 de dezembro, para um almoço beneficente com objetivo de arrecadar recursos em prol do Instituto Energia do Saber, entidade mantenedora do Colégio Plenitude, localizado na Vila Nhocuné, uma das comunidades mais carentes de São Paulo. O evento foi um sucesso de público e arrecadação. Participaram do almoço 308 traders de 92 empresas. Foram arrecadados R$ 1,3 milhão. Essa foi a 11ª edição do evento.
O Colégio Plenitude conta com 168 alunos matriculados entre o 1° e o 9° ano do ensino fundamental. Desses, 123 já foram adotados por traders e empresas de comercialização de energia ao longo dos últimos sete anos de existência. Os alunos têm toda a parte pedagógica cedida gratuitamente pelo Colégio Mater Dei, um dos colégios mais conceituados de São Paulo. Os traders de energia, através do Instituto Energia do Saber, são responsáveis pelo apoio financeiro e administração do colégio.
“O colégio é totalmente gratuito, não há nenhum custo financeiro para os alunos ou pais. As crianças recebem cinco refeições diárias e um ensino de alta qualidade”, disse Claudio Monteiro, vice-presidente do Conselho da Matrix Energia.
O Conselho e a diretoria do Instituto são formados por sócios das comercializadoras Matrix Energia, Ecom Energia, Capitale Energia, Delta Energia, Comerc Energia e Diferencial Energia, além de outros profissionais ligados à área de comercialização. “Trabalhamos voluntariamente, usando toda nossa expertise como administradores em prol dessas crianças”, disse Monteiro.
O almoço beneficente contou com o depoimento do deputado Estadual Daniel José (Novo-SP), eleito com 183,4 mil votos neste ano. O parlamentar é de origem carente e teve todo seu ensino financiado pela Fundação Estudar, do economista Jorge Paulo Lemann. “Ele fez um testemunho de vida falando da importância de ter um suporte
financeiro para que ele saísse do ensino público de Bragança Paulista e fosse parar na Universidade de Yale”, disse Monteiro, destacando que a principal bandeira do parlamentar é o ensino de qualidade para todas as classes sociais.
O almoço deste ano também foi celebrado de forma especial por outro motivo. A aluna do Colégio Plenitude Yasmim Ferreira foi aprovada em um processo seletivo da Fundação Ismart. Ela foi um dos 20 alunos aprovados, de um universo de 5 mil inscritos. Com apenas 12 anos, Yasmim terá todo seu ensino médio e universidade financiados pela Fundação Ismart. “Ela vai estudar no Colégio Bandeirantes, considerado o melhor de São Paulo e um dos três melhores do Brasil”, comemorou Monteiro.
O Colégio Plenitude abre 25 vagas por ano e existe uma fila de espera de 300 crianças. O próximo passo é abrir turmas de ensino médio do 1º ao 3º ano, preparando os jovens para ingressar ou na universidade, ou no mercado de trabalho. Para mais informações ou contribuir com o Instituto Energia do Saber, entre em contato pelos e-mails: [email protected] ou [email protected].
Fonte: Canal Energia
Autor: Wagner Freire | São Paulo
Conta de luz volta à bandeira verde em dezembro
Após oito meses, a bandeira tarifária deverá voltar à cor verde, ou seja, sem cobrança adicional na conta de luz dos consumidores brasileiros, em dezembro. A expectativa é de executivos, especialistas e autoridades do setor elétrico ouvidos pelo Valor, baseados principalmente no intenso volume de chuvas observado em novembro e previsto para dezembro, o primeiro mês do período chuvoso.
A estimativa mais atual do Operador Nacional do Sistema Elétrico (ONS) para o volume de chuvas para o subsistema Sudeste/Centro-Oeste – que concentra 70% da capacidade de armazenamento de água para geração de energia do país – em novembro é de 29% acima da média histórica para o período. O número final de novembro e a primeira projeção oficial para dezembro serão divulgados hoje.
Pelo modelo computacional utilizado pelo órgão, o volume de chuvas das últimas semanas influencia as previsões para as semanas seguintes. Por esse motivo, algumas comercializadoras de energia já trabalham com a possibilidade de o preço de liquidação das diferenças (PLD), o preço spot de energia, chegar ao piso regulatório, de R$ 40,16 por megawatt-hora (MWh), na próxima semana, pela primeira vez desde março de 2016. Naquele ano, o piso regulatório do PLD era de 30,25/MWh. O valor atual do PLD é de R$ 101,71/MWh.
De acordo com projeções da comercializadora Comerc, a média do custo marginal de operação (CMO), indicador que baliza o cálculo do PLD, previsto para dezembro no Sudeste é de R$ 84/ MWh. Para janeiro, a previsão é de R$ 65/MWh, com trajetória de queda até maio, no fim do período chuvoso, com R$ 38/MWh.
A companhia prevê que o nível dos reservatórios do Sudeste/ Centro-Oeste alcance 22,8% no início de dezembro, assumindo trajetória de alta até maio, com expectativa de encerrar o período chuvoso com 79,5% de estoque. A previsão de chuvas da Comerc para dezembro é que fique 8% acima da média histórica para o mês no Sudeste/Centro-Oeste.
As projeções da comercializadora Máxima Energia vão na mesma linha. “Também projetamos bandeira verde em dezembro. O cenário hidrológico melhorou muito. O mês de novembro foi decisivo. E as chuvas devem ficar dentro da normalidade em dezembro”, afirmou o presidente-executivo da empresa, Rafael Bispo.
Para a comercializadora Safira Energia, o volume de chuvas previsto para dezembro também deve influenciar a bandeira verde. O único ponto de preocupação para os próximos meses é o aumento da temperatura, que pode provocar um crescimento mais acentuado do consumo de energia. “Os reservatórios não estão mais deplecionando [perdendo volume] e o solo está mais úmido. Mas o aumento da temperatura pode prejudicar esse cenário”, explicou Gabriella Sales, analista da Safira Energia.
O diretor-geral do Operador Nacional do Sistema Elétrico (ONS), Luiz Eduardo Barata, também afirmou, em recente evento do setor elétrico, no Rio, que não descartava a possibilidade de bandeira verde em dezembro, mas que a definição da cor é uma atribuição da Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel) e leva em consideração outros fatores além do CMO, como o GSF (sigla em inglês para o fator de ajuste da garantia física das hidrelétricas).
Segundo o executivo, o período de chuvas começa “bastante promissor”. Para o operador, os reservatórios do Sudeste/Centro-Oeste podem chegar ao fim de abril com 50% a 60% de armazenamento.
A comercializadora Ecom Energia também prevê que o cenário positivo para dezembro se estenda para os próximos meses. “Temos expectativa de bandeira verde em dezembro e no início do ano que vem. Enxergamos bandeira verde permanecendo por uns três, quatro meses. Já vemos PLD a R$ 100/ MWh em dezembro e temos também uma expectativa de melhora do GSF com a recuperação das chuvas”, disse Rafael Bozo, analista regulatório da Ecom Energia.
A consultoria Thymos Energia também projeta um GSF próximo de 100% em dezembro. “O GSF deve ficar em 93% em dezembro. Então, isso projeta uma bandeira verde sem muitas surpresas”, disse Daniela Souza, consultora da Thymos.
Um pouco mais cautelosa, a comercializadora Delta Energia projeta um mês de dezembro favorável, mas indica que ainda não é possível saber se o cenário permanecerá neste nível nos próximos meses do período úmido. “Temos uma visão para o início de dezembro, mas não sabemos se vai se manter. A média de longo prazo de janeiro da hidrologia é muito alta, se as afluências ficarem um pouco menores, pode ser que o preço suba”, afirmou Débora Mota, gerente de gestão de clientes da Delta.
Fonte: Valor Econômico
Autor: Camila Maia e Rodrigo Polito | De São Paulo e Rio
Comercializadoras: diversificar para crescer
Empresas estão buscando novos negócios para proporcionar além de uma solução mais abrangente ao seus clientes, uma base mais ampla para crescimento em um mercado com cada vez mais concorrentes
A hora é de diversificar os negócios. Os avanços da tecnologia, maior conhecimento do que é o mercado livre por parte das empresas e consumidores tem levado as empresas surgidas no início deste século a adotar novos nichos de atuação para aprimorar o atendimento aos seus clientes que estão cada vez mais exigentes. São ações de eficiência energética, gestão da energia, geração distribuída, armazenamento, geração, entre outras ações que o empoderamento do
consumidor vem incentivando comercializadoras de energia a navegar em novos mares do setor elétrico e até além este universo.
Isso não significa que o trade de energia diário não esteja sendo mais atrativo. Continua, mas o conhecido clichê do assessoramento financeiro de “não coloque todas as suas fichas em um mesmo pote” é um dos motivos para que as empresas estejam em busca de novos mercados para a sua expansão. E isso tem relação direta com a expansão do mercado de energia.
Para se ter uma ideia de quanto o mercado de energia vem crescendo basta pegar os resultados recentes que a principal plataforma de negociação de energia no país, a BBCE, divulgou recentemente. Ao final do mês de setembro a empresa já contabilizava 116 TWh de energia negociada e registrada nas duas plataformas que mantém. Somente no último mês do terceiro trimestre foram 18.500 GWh em mais de 9.300 contratos, sendo cerca de 7 mil na plataforma de trading e os outros 2.350 na de registro, volume maior que o dobro da média mensal que vem registrando em 2018.
Os números que a plataforma vem apresentando devem-se, segundo o presidente da BBCE, Victor Kodja, obviamente, à expansão do mercado livre de energia no paíse aos investimentos que a plataforma tem feito em tecnologia e facilitação de processos que geram a redução de tempo e de burocracia na hora do trade. Este ano a média de volume transacionado na plataforma deverá ficar em algo próximo a 6.830 MW, uma média bem acima dos cerca de 2 mil MW de 2017. Por conta dessa diferença de transações, ele atribui o crescimento não apenas à expansão do mercado, mas às ferramentas introduzidas pela empresa. Um dos números que justificam esse posicionamento, apontou ele, é que 18% do movimento registrado é de day trade, o que mostra o amadurecimento do segmento em que atua.
Nesse amadurecimento, é citado o giro dos contratos existentes no país que está na ordem de cinco vezes o seu volume bem como o surgimento de novas comercializadoras no país. Segundo dados da Câmara de Comercialização de Energia Elétrica, existem 251 empresas deste segmento autorizadas a atuar o mercado nacional e mais 43 aguardando para iniciar as operações. Em 2000 eram apenas cinco. De acordo com os números mais recentes, o volume de comercializadoras está 14,6% maior ante o fechamento de 2017. Coincidentemente este é o mesmo percentual de expansão em número de novas empresas na comparação entre o fechamento de 2017 ante 2016.
Esse volume aumenta a concorrência, mas também a liquidez do mercado, o que é, na visão de especialistas ouvidos, positivo para o setor. E ainda há a perspectiva de mais crescimento com a proposta que está em tramitação na Câmara no PL 1917 que propõe um cronograma para a expansão do ACL, apesar das divergências quanto a celeridade que o governo indicou na CP 33 e que a Abraceel propõe.
Para a entidade que representa o segmento de comercializadoras a abertura rápida do mercado livre, com o fim das restrições de acesso, poderia ser adotada já em 2024, mas a proposta de reestruturação do modelo que tramita na Câmara no PL 1917 prevê que essa abertura será gradual e vai acontecer para todo o segmento de alta e média tensão até 2026. Somente depois disso é que deve ser discutida a livre escolha no segmento de baixa tensão.
Adotar um outro nicho de atuação além da comercialização de energia depende diretamente da estratégia individual de cada empresa. As mais tradicionais no mercado nacional adotaram diferentes modelos. Mas a meta é a mesma, manter a sustentabilidade do negócio iniciado ainda no início dos anos 2000, quando o mercado livre ainda engatinhava por aqui com as primeiras migrações de grandes consumidores de energia para aquela que era a novidade no pós racionamento, o ambiente livre de contratação de energia.
Na avaliação do presidente da Comerc, Cristopher Vlavianos, a atividade da comercialização de energia continua firme, um reflexo é o aumento do número de players nesse mercado. Em sua análise essa pulverização é positiva por aumentar a liquidez do mercado e quanto mais isso ocorre mais negócios são gerados. “Este é um círculo virtuoso”, definiu ele. “Essa volatilidade do preço é um dos fatores que mais atraem essas novas traders, cuja preocupação é mais com a posição no mercado do que fechar negócio com o cliente, conhecer o cliente que atende”, acrescentou.
Hoje a Comerc possui diversos segmentos de atuação e esse caminho, comentou Vlavianos, veio no sentido de buscar atendimento ao consumidor ante as novas necessidades que surgem a reboque do avanço tecnológico no mercado de energia. “Assim como em todo mercado, as empresas precisam adaptarem-se às novas demandas de seus consumidores e no setor elétrico isso significa oferecer serviços e novas tecnologias ao passo que há uma pulverização na produção de energia e a busca por descarbonização da matriz”, destacou. “Nossa visão hoje é de ser uma empresa com base na necessidade do consumidor”, descreveu.
E nesse ambiente de negócios, destacou o executivo, as oportunidades aparecem em segmentos como ajudar o cliente a ter mais sucesso em sua gestão de custos com energia, seja por meio de processos de eficiência energética, investimentos em geração própria, entre outras formas. Espaços esses, relatou, que são supridos por soluções feitas sob medida para cada um dos clientes. A empresa, que começou na comercialização de energia e se mantém até hoje no negócio, ampliou seu portfólio de atuação e mais recentemente chegou ao negócio de baterias, ambiente no qual está se preparando para os primeiros pilotos de olho na redução do custo desses equipamentos no futuro.
No geral o que se ouve é que o nicho a ser seguido depende diretamente da estratégia que cada empresa tem para seguir seu futuro. Em comum, a sustentabilidade do negócio é que está no alvo das comercializadoras. Um caminho que acaba sendo a opção natural das empresas no setor é a geração centralizada ou em maior porte para o atendimento do mercado livre ou mesmo em leilões da Agência Nacional de Energia Elétrica.
A curitibana Tradener encontra-se nesse grupo. A empresa vem investindo em geração e sua primeira incursão nesse campo foi no LER 2016, depois com a aquisição da PCH Rondinha para a colocação de energia no ACL. A ideia, explicou o diretor Luiz Gameiro, é de ampliar o negócio PCH na empresa e com vistas ao mercado livre e continuar a investir em projetos greenfield. Nesse sentido, a empresa está com dois projetos eólicos, um na Bahia e outro no estado do Ceará cuja energia deverá ser destinada aos consumidores livres.
“Esta foi uma área que achamos para diversificar o investimentos e manter os recursos no Brasil”, destacou ele. “Mesmo assim continuamos a atuar na comercialização, mas temos uma filosofia de assumir posição de longo prazo, compramos primeiro para vender, diferente de outras que ficam posicionadas em mais curto prazo”, indicou ele. A escolha por geração veio em decorrência de ter uma base mais sólida para a comercialização.
Outra questão que o executivo apontou como motivo para a diversificação dos negócios é a necessidade de perpetuar a empresa por meio da ampliação de fontes de receita para além da compra e venda de energia na comercializadora. Ele não descarta a possibilidade de que no futuro a empresa possa explorar novos mercados. Entre estes ele cita eficiência energética e geração distribuída, mas que o mercado precisa ser maior para que seja atrativo.
Gameiro afirma que a expansão no número de comercializadoras é positivo para o mercado, mas alerta que é preciso avaliar o risco por conta de questões de inadimplência de consumidores no passado que já levaram a problemas por conta das garantias financeiras quando se opera em menor prazo.
Paulo Toledo, presidente da Ecom Energia, tem uma visão semelhante quanto ao aumento no número de comercializadoras no Brasil. Em sua análise, esse fato gera maior liquidez para o segmento que quer se tornar no futuro um mercado com produtos financeiros e uma bolsa de energia. Ele destaca também a questão de que é necessário que mesmo as novas traders devem estar bem estruturadas para evoluir com o mercado. Até porque, lembrou, o mercado livre ainda possui
potencial de crescimento mesmo após todos esses anos, ainda mais com a proposta de abertura contida no PL 1917.
A empresa que comanda é outra que vem atuando desde 2002 que passou a apostar em geração, mas no Chile. Essa ampliação de escopo vem da visão inicial da companhia de tornar-se uma empresa de energia e não apenas de comercialização. Além disso, a oportunidade naquela região se apresentou depois que a Ecom passou a atuar por lá com uma atividade de gestão para clientes.
“Estamos terminando de construir um parque solar de 3 MW que pelas regras daquele país é classificado como geração centralizada”, disse Toledo. “Olhamos a diversificação como uma forma de tornar o negócio mais sustentável e hoje não queremos nos restringir apenas ao Brasil, queremos ser uma multinacional brasileira e nossa ideia é a de seguir como gestor e comercializador e depois ampliar o escopo de atuação à medida que as oportunidades aparecem”, revelou ele, que acrescentou ainda que a receita para chegar, inicialmente, a outros países da
América do Sul é a mesma da incursão feita no país andino.
O diretor presidente da Electra Energy, também da capital paranaense e que se formou em 2001, Claúdio Alves, ressaltou que a diversificação de negócios em uma comercializadora mostra a robustez do segmento, pois quando vai em busca de novos negócios apresenta mais estabilidade ao não depender de apenas um nicho de mercado. No caso da empresa que comanda a diversificação está em ações que visam viabilizar o equity em um novo projeto de geração, compra antecipada de energia. “Aqui procuramos tomar o papel de fomentador para pequenos e médios empreendedores, os grandes não precisam disso”, indicou o executivo.
Alves é mais um a corroborar o fato de quanto mais comercializadoras mais liquidez ganha o mercado e diminui o risco. Afinal, comentou, mudança de posição é importante nesse mercado desde que o risco seja bem avaliado. Além disso, acrescentou, as tecnologias diruptivas vieram para mudar a forma como o mercado se relaciona com a energia. “Ou as empresas adaptam-se à nova realidade ou estão fadadas a morrer”, resumiu.
Em sua avaliação ampliar a atuação de mercado é um caminho para gerar valor ao diversificar os negócios, até porque este é um momento histórico e a perspectiva é de que cada vez mais vejamos a fragmentação da forma de gerar energia. Esse fator abre um caminho interessante para a geração distribuída que deverá se fortalecer mais.
A Delta por sua vez, que começou também na mesma época das demais, iniciou um processo de diversificação anos atrás, ainda em 2008 com negociações de biocombustível. Mais recentemente lançou uma asset management e para dirigir a nova divisão, o ex-diretor brasileiro da Itaipu Binacional e ex-presidente da Copel, Luiz Fernando Leone Vianna. Essa divisão da Delta tem como meta ofertar um produto que unisse o financeiro ao mercado de energia, pois até então, relatou ele, o que havia dessas incursões era de investidores institucionais de fundos de private equity em participações de novos projetos.
“Pensamos em unir o mercado financeiro sem ser por esta via já conhecida”, comentou ele. “Por isso lançamos um fundo restrito com investimentos que somam R$ 1 bilhão e desse valor já temos cerca de R$ 600 milhões, nos próximos meses deveremos chegar ao valor total. Com isso já começamos a avaliar um segundo fundo com a ideia de ser mais flexível que este primeiro que tinha apenas como objetivo usinas hídricas”, revelou.
Vianna destacou que esse nicho de mercado promete ser promissor. Tanto que comentou que tem informações de que a concorrência deverá aumentar em breve. “Fomos os primeiros e temos informações ainda extra oficiais de que há novas empresas interessadas em fundos semelhantes ao nosso. Isso é positivo pois o mercado é assim mesmo e com o crescimento tende a ser mais líquido e quem sai ganhando é o consumidor e o investidor, melhora a gestão”, analisou.
Recentemente a Capitale Energia, empresa que nasceu em 2010, apresentou a ZEG, um braço de geração de energia que utiliza resíduos para produção de gás e a partir da queima desse combustível gerar vapor e energia aos clientes. Daniel Rossi, presidente da empresa, disse que a iniciativa vai ao encontro de atender as necessidades dos clientes, que são mutáveis e que colocaram, nesse momento, a preocupação de ter uma atividade mais ambientalmente correta.
A empresa ampliou seu alcance por meio da geração distribuída para atender a essas novas necessidades do mercado consumidor justamente porque havia clientes que passaram a considerar importante a gestão não apenas na alta tensão como também na baixa tensão. “Nosso conceito é de atender ao nosso cliente em todas as suas demandas, de A a Z”, destacou Rossi. “Como havia uma lacuna na baixa tensão, foi isso que nos norteou a buscar u nicho da GD”, acrescentou.
O presidente da Capitale indicou ainda que os próximos passos do setor em geral deverá contemplar novas fontes, as novas tecnologias que chegarão e isso tudo isso junto configura a transformação no relacionamento que o consumidor terá com a energia no futuro. A palavra chave para esse próximo período é descentralização. Além disso, ele vê na diversificação a forma de atuar sem sobressaltos em um mercado de preços com alta volatilidade como é atualmente o setor elétrico nacional.
Aliás, lembrou, essa instabilidade de patamar é outra oportunidade, pois atribuir inteligência e ao conhecimento abre portas para a estratégia de contratação. E este pode ser o caminho para a diferenciação na concorrência com as demais comercializadoras que estão chegando. Novamente, um cenário que vem sendo forjado no empoderamento do consumidor.
Fonte: Canal Energia
Autor: Maurício Godoi | SP
Vianna, da Delta: única saída é privatizar distribuidoras de energia
Para ex-presidente da Itaipu as empresas privadas de energia conseguem ter uma eficiência que não é possível no setor público
Vianna: “Modelo atual (do setor elétrico) nasceu em 2004 e foi bastante remendado” (/)
Após uma passagem que durou pouco mais de um ano na presidência da usina hidrelétrica de Itaipu, o engenheiro Luiz Fernando Leone Vianna assumiu no início desta semana o comando da gestora de fundos criada pelo grupo de energia Delta. “Vou assumir o cargo logo depois dessa entrevista”, brincou Vianna em uma entrevista exclusiva a Exame poucas horas depois de desembarcar de mala e cuia em São Paulo. A nova gestora, Delta Energia Asset Management, nasce com um fundo multimercado que captou 1 bilhão de reais em agosto do ano passado. O fundo identifica o melhor momento para comprar energia barata oferecida no mercado e lucra em uma venda futura, com preço mais alto. O objetivo da gestora é ter 5 bilhões de reais sob gestão em um prazo de até 5 anos. Na entrevista, Vianna falou sobre a nova oportunidade e sobre o setor elétrico no país. Ele afirma que os gastos das empresas estatais de energia são insustentáveis no médio e longo prazo. A solução seria concedê-las à iniciativa privada. Confira a entrevista abaixo.
O senhor tinha um mandato de cinco anos na Itaipu, o que o levou a vir para a Delta pouco mais de um ano depois de assumir da Itaipu?
Eu realmente não tinha a intenção de seguir carreira na Itaipu, como meu antecessor [Jorge Samek] que ficou 14 anos. A minha intenção era terminar o mandato, de cinco anos, que terminaria em 2022. O projeto inicial era esse, mas recebi a proposta da Delta e achei muito importante. Essa proposta é diferente do que se vê no mercado porque une duas pontas. Preenche uma lacuna que existe para as geradoras de energia e uma lacuna que está surgindo que é a necessidade de bons investimentos em um momento de taxa Selic baixa. Essa possibilidade de expandir para outros fundos é uma ótima oportunidade.
O senhor passou dez anos na presidência da Associação dos Produtores Independentes de Energia Elétrica e também foi presidente na Copel. A proposta da Delta é no setor de energia é diferente de tudo o que o senhor já fez. Como sua experiência ajuda nessa nova etapa?
Eu entrei no setor elétrico como estagiário. As experiências que tive trazem um conhecimento do setor elétrico e também um relacionamento com pessoas deste setor. Na minha passagem por Itaipu aprendi o poder da negociação. Como trata-se de uma empresa binacional na qual o Paraguai é dono de 50%, não é possível levar uma proposta para votação sem antes negociá-la.
E houve alguma insatisfação que pesou para o senhor deixar Itaipu?
Um blog divulgou que eu não resisti a pressão política e foi por isso que eu saí. Isso é um absurdo. O que acontece é que eu recebi uma proposta interessante em termos de carreira em um grupo sólido. É claro que há uma questão política em Itaipu, tanto é que até agora não definiram o meu sucessor porque há uma disputa. Há sim uma composição política nas indicações e diretorias, ma a minha indicação foi técnica. O fato de a Itaipu ter uma binacionalidade a protege de questões que poderiam fazer mas a empresa. As grande decisões passam pela diretoria que tem representante dos dois países.
Atualmente há um projeto de lei sobre a reforma do setor elétrico que está no Congresso, que vai ampliar o acesso das empresas ao mercado livre de energia. De que forma ela muda a dinâmica da gestora Delta?
Essa reforma do setor elétrico precisa acontecer. Esse modelo atual nasceu em 2004 e foi bastante remendado. Foi um modelo exitoso para a expansão do setor no país, o problema foram os remendos sucessivos. Como a reforma está no Congresso isso pode sair em breve. E isso acontecendo o caminho para a gente entrar ainda mais nesse horizonte de fundos de investimento cresce, porque teremos uma base de clientes maior, uma capacidade melhor de investir geração. Os contratos também passam a ter mais transparência nos contratos.
Há outra questão importante do setor que é a privatização da Eletrobras. Ela vai acontecer ainda este ano?
Ela tem que acontecer. O governo já teve que fazer um aporte de recursos para impedir que a companhia tivesse maiores problemas, mas isso não pode se perpetuar. A primeira etapa da privatização é a venda das distribuidoras da Eletrobras, que está prevista ainda para este mês. Depois há a questão da privatização do próprio grupo através da pulverização do bloco controlador. O novo ministro [de Minas e Energia, Moreira Franco] colocou isso como uma questão de estado. E vai ter que acontecer nesse governo ainda.
E mesmo sem as distribuidoras a situação da Eletrobras continua complicada?
Mesmo sem as distribuidoras ela precisaria de novos aportes do governo para cumprir seus compromissos. O Wilson Ferreira [presidente da empresa] é a pessoa certa no lugar certo. Tem um histórico brilhante que levou ele para essa posição que é o mais desafio de sua carreira. Ele pegou a Eletrobras numa situação caótica, mas ele já fez tudo que podia fazer.
As distribuidoras estaduais também precisam ser privatizadas?
O único caminho do setor, principalmente para as distribuidoras, é a privatização. A forma de gestão faz uma distribuidora ter um custo muito alto. Por exemplo, na Copel tem mais de 8.500 empregados, mais de 6.000 estão na distribuidora e isso gera um custo gigantesco mas que é inerente a uma estatal. O setor privado pode ser mais eficiente. Não acredito que a distribuidora estatal possa apresentar solidez de bons resultados ou até mesmo que seja sustentável a médio e longo prazo
Fonte: Exame
Autor: Letícia Toledo
Delta lança gestora e quer operar R$5 bi em fundos para operações com energia até 2023
SÃO PAULO (Reuters) – A Delta Energia, que atua em comercialização de eletricidade, acaba de lançar uma gestora de recursos, a Delta Energia Asset Management (DEAM), que espera alcançar em até cinco anos um total de cerca de 5 bilhões de reais sob sua administração, a serem captados por meio de fundos e aplicados em operações no mercado elétrico, disse à Reuters um executivo do grupo.
A DEAM será presidida por Luiz Fernando Vianna, que deixou o cargo de diretor-geral da hidrelétrica binacional de Itaipu para assumir o comando da empresa, que irá gerir os fundos da Delta com o objetivo de oferecer bons retornos aos investidores por meio de negócios no chamado mercado livre de eletricidade.
Nesse segmento, grandes clientes, como indústrias, podem negociar contratos de energia diretamente com geradores e comercializadoras, ao invés de serem atendidos por empresas de distribuição, enquanto empresas do setor de energia podem realizar operações para apostar em alta ou baixa dos preços, por exemplo.
“O que a gente faz, basicamente, é tratar a energia elétrica como um ativo financeiro… a ideia é aproximar o mercado financeiro do mercado de energia elétrica”, disse Vianna à Reuters nesta quinta-feira.
A DEAM já iniciará as atividades assumindo a gestão do fundo de investimentos CSHG Delta Energia, que captou 1 bilhão de reais em uma primeira emissão de cotas, em agosto do ano passado.
Desses recursos, cerca de 600 milhões de reais já foram integralizados e aportados em operações no mercado de energia para gerar retornos aos investidores que apostaram no negócio.
“Nos próximos meses a gente quer ter esses recursos totalmente integralizados, até o final do ano, no máximo”, disse Vianna.
Segundo ele, está em avaliação a criação de novos fundos em seguida, eventualmente com características diferentes ou voltadas a tipos específicos de clientes, como investidores internacionais.
“Não pretendemos parar só com esse fundo… já estamos avaliando outros fundos, e temos uma perspectiva de ter operações nos próximos cinco anos chegando a 5 bilhões de reais”, adiantou o executivo.
“O foco de todos esses fundos vai ser a energia elétrica”, adicionou.
Na primeira captação, o alvo da Delta foram investidores pessoa física dispostos a aplicar um mínimo de 1 milhão de reais no fundo.
Os recursos captados são utilizados em operações de compra e venda de eletricidade no mercado livre e em negócios conhecidos como “pré-pagamento” de energia.
Nas operações de pré-pagamento, o fundo compra antecipadamente a produção futura de uma usina de geração, por exemplo, e realiza o pagamento ao vendedor. A energia então fica à disposição de uma comercializadora do grupo, a Beta Energia, que busca gerar resultados com operações no mercado livre de energia.
“Nosso diferencial está justamente na ‘expertise’ de negociar contratos de energia. O grupo Delta já está nesse mercado de ‘trading’ há 17 anos”, afirmou Vianna.
O primeiro fundo da gestora irá reinvestir o capital durante um período de quatro anos, devolvendo o retorno aos investidores no quinto ano, em 2022. As operações focam todas energia de hidrelétricas.
A aposta da Delta vem após um forte crescimento do mercado livre de eletricidade nos últimos dois anos e em meio a promessas do governo de uma reforma no setor de energia que deverá ampliar o mercado livre, ao reduzir gradualmente as exigências para que empresas possam atuar no setor.
Fonte: Reuters
Autor: Luciano Costa
Ex-presidente da Itaipu assume gestora do setor de energia
Ex-presidente da Itaipu assume gestora do setor de energia
Fonte: Exame
Autor: Letícia Toledo
Seca de 2017 deve levar a reajuste de 15% na tarifa de energia em 2018
https://www.valor.com.br/brasil/5407683/seca-de-2017-deve-levar-reajuste-de-15-na-tarifa-de-energia-em-2018
Fonte: Valor Econômico
Autor: Camila Maia e Rodrigo Polito
Diretor-geral brasileiro de Itaipu vai renunciar ao cargo
https://www.valor.com.br/empresas/5400723/diretor-geral-brasileiro-de-itaipu-vai-renunciar-ao-cargo
Fonte: Valor Econômico
Autor: Rodrigo Polito e Camila Maia
Cooperativa de crédito investe R$ 490 mi e mira metrópoles
https://www1.folha.uol.com.br/colunas/mercadoaberto/2018/03/cooperativa-de-credito-investe-r-490-mi-e-mira-metropoles.shtml
Fonte: Folha
Autor: Maria Cristina Frias
Mercado livre de energia atrais mais investidores
Fonte: Estadão
Autor: Renée Pereira
Liminar favorece hidrelétricas em imbróglio judicial
https://www.valor.com.br/brasil/5329429/liminar-favorece-hidreletricas-em-imbroglio-judicial
Fonte: Valor Econômico
Autor: Camila Maia
Justiça de Brasília mantém efeitos da liminar cassada da Apine
A juíza federal Adverci Rates Mendes de Abreu, da 20ª Vara do Distrito Federal, alterou os termos da cassação da liminar que protegia os membro da Associação Brasileira de Produtores Independentes de Energia Elétrica. Com isso, continuam válidos os efeitos da liminar para o período em que vigorou entre 1º de julho de 2015 e 07 de fevereiro deste ano. Isso quer dizer que os associados da Apine não precisarão aportar recursos referentes ao GSF desse período.
A juíza alegou em sua decisão que a “omissão pode, assim, implicar em grave dano às associadas da Embargante [Apine], vez que os encargos não contabilizados poderão ser liquidados no próximo dia 22.02.2018, data da próxima liquidação financeira promovida pela CCEE”. A Apine interpôs embargos de declaração para que a modulação dos efeitos da setença, que cassou a liminar, ficasse clara. A associação alegou que as empresas poderiam ser chamadas a aportar garantias financeiras para o pagamento do débito acumulado durante o período de vigência da liminar.
Com a nova decisão, as empresas vão ter que aportar recursos apenas para o risco posterior a vigência da liminar. A decisão da juíza vale até o julgamento definitivo em segunda instância da disputa sobre a incidência do risco hidrológico. Na última liquidação do mercado de curto prazo, realizada no início de fevereiro, os valores em aberto protegidos por liminares passaram dos R$ 6 bilhões.
Na percepção da Debora Mota, gerente de gestão de clientes do Grupo Delta Energia, a liminar dá um sinal positivo para o mercado, e traz um cenário favorável para negociação entre governo e geradores, já que o passivo não continuará crescendo. O valor existe, mas fica congelado, e as próximas liquidações voltam a ocorrer normalmente.
“[A discussão do GSF fica] Dependendo de uma nova negociação entre governo e geradores, mas num cenário mais positivo. O próprio PL da última semana já foi um avanço, para governo e geradores, uma vez que o governo reconhece alguns itens que impactaram o GSF, e que não devem ser custeados pelos geradores”, afirmou a executiva.
Fonte: Canal Energia
Autor: Alexandre Canazio
Receita da Principal no primeiro ano de atuação é de R$ 1,5 bi
A Principal Energia, comercializadora lançada no fim de 2016 pelo grupo Delta Energia, fechou seu primeiro ano de atuação com faturamento de cerca de R$ 1,5 bilhão, três vezes a meta inicial da companhia.
A estratégia da Principal encontrou um espaço considerável no mercado, favorecida pela grande volatilidade dos preços de energia no ano passado, devido à hidrologia irregular.
Além disso, houve um fluxo de energia vinda do mercado regulado (das distribuidoras) para o livre, por meio das operações do Mecanismo de Compensação de Sobras e Déficits (MCSD). Sobrecontratadas, as concessionárias de energia venderam contratos, que foram comprados pelas comercializadoras. “Por conta do baixo crescimento do país, havia muita sobra contratual de energia. A presença dos MCSDs favoreceu muito o mercado livre”, disse Marconi de Araújo, presidente da Principal. Isso permitiu a migração da liquidez do mercado regulado para este ambiente de contratação.
Segundo Agapito, 2017 foi um ano “atípico” nesse ponto, pelo grande aumento da liquidez. “Nossa visão é que foi um ano tão bom que se for repetido já será uma grande vitória”, afirmou.
Outro problema relacionado à seca no ano passado foi o crescente déficit das hidrelétricas (medido pelor GSF, sigla em inglês para fator de ajuste de geração), que acontece quando as usinas precisam gerar menos que suas garantias físicas para preservar os níveis dos reservatórios. “O grande comprador da nossa energia foi o gerador hídrico. Compramos dos que estavam descontratados e vencemos para os hidráulicos que precisavam cobrir o buraco do GSF”, disse Agapito.
Ainda que a tendência para 2018 seja de manutenção, o resultado da companhia deve apresentar melhora. Isso porque a comercializadora foi crescendo ao longo do ano e conquistando mais clientes e contratos. No início de 2017, o volume médio de energia negociado pela Principal era de 100 MW por mês. “No último trimestre, operamos 1,1 GW mensalmente”, disse Agapito.
Dos mais de 4 mil agentes habilitados na Câmara de Comercialização de Energia Elétrica (CCEE), a comercializadora tinha foco nos 300 maiores. Desses, tinham como prioritários cerca de 180. “Fizemos negócios com 170 clientes desta lista, praticamente com os prioritários”, afirmou.
“Esperamos também que o mercado volte a crescer em 2018, com uma recuperação tímida da indústria”, disse Araújo. Isso pode demandar ainda mais negócios no mercado livre de energia.
O desempenho da companhia no ano passado já resultou em sua primeira mudança societária. O grupo Delta Energia, que atua em comercialização de energia de 2001, entrou com um capital inicial de R$ 20 milhões no negócio e uma participação de 75%. Os demais 25% estavam divididos, inicialmente, entre Agapito e outros três sócios que, assim como ele, vieram da área de comercialização do BTG Pactual: Jayme Abras Neto, Vitor Pontes e Marcelo Ambra.
Segundo Agapito, os sócios já exerceram a primeira opção que tinham como minoritários, e subiram sua fatia total para 30% da comercializadora. “A primeira meta tinha um prazo de três anos e já atingimos. Agora, estamos em busca da segunda, afrimou.
Fonte: Valor Econômico
Autor: Camila Maia | De São Paulo
Conta de luz vai permanecer com bandeira vermelha apesar do início das chuvas
Tarifas mais altas também devem ser mantidas durante os primeiros meses de 2018
A bandeira tarifária deve se manter vermelha no mês de dezembro, mesmo com o início do período úmido, estimam especialistas consultados pelo Estadão/Broadcast. Os profissionais não arriscam, porém, se o adicional na tarifa ficará em R$ 3,00 a cada 100 kWh (patamar 1) ou de R$ 5,00 (patamar 2).
“Com a nova regra (adotada a partir de novembro), as bandeiras passam a ter grande dependência do risco hidrológico (GSF). Dependendo do índice considerado na decisão do órgão regulador, podemos chegar mesmo a manter a bandeira vermelha patamar 2”, diz o diretor da Electra Energy Leonardo Salvi. A Electra trabalha com um risco hidrológico entre 25% e 30%.
Mais assertivo, o superintendente de Gestão de Clientes do grupo Delta Energia, Reinaldo Ribas, acredita que a bandeira permanecerá, sim, em bandeira vermelha patamar 2, tendo em vista justamente a queda do armazenamento em alguns importantes reservatórios, além do esperado déficit hidrológico.
“A hidrologia da Bacia do Rio Grande em novembro foi a pior da história desde 1931, já na Bacia do Parnaíba a hidrologia deste mês foi a segunda pior da história. Os reservatórios recuaram e o ONS (Operador Nacional do Sistema Elétrico) tem menos água para operar, com isso, o GSF acaba sendo grande”, disse, sem indicar um número preciso, mas também estimando um valor superior a 25%.
Até o mês passado, o método de cálculo das bandeiras considerava apenas o preço da energia no curto prazo. Mas a Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel) propôs, no fim de outubro, uma alteração na metodologia, de maneira a levar em conta o risco hidrológico. A justificativa é que o sistema da maneira como vinha operando era muito influenciado pelas chuvas, ainda que pontuais, registradas no final de cada mês, provocando uma maior volatilidade da bandeira mesmo que não houvesse qualquer sinal claro de recuperação dos reservatórios das hidrelétricas. Segundo a Electra, sem a mudança, as chuvas das últimas semanas poderiam ter tido justamente esse efeito: pela metodologia anterior, a bandeira ficaria amarela em dezembro (adicional de R$ 1,00 a cada 100 kWh consumidos) por causa do início do período úmido e do fato de o nível de precipitações verificado nas últimas semanas estar dentro da média para o período.
A Aneel define a bandeira tarifária de dezembro nesta sexta-feira, 24. Ribas avalia que a bandeira vermelha pode ser mantida pelos primeiros meses de 2018, mesmo considerando que o período é de chuva mais intensa e quando historicamente há recomposição dos reservatórios. “Não adianta chover, precisa ver o quanto é esperado e quanto é verificado”, comentou.
Diante do baixo nível dos reservatórios atualmente registrados e da sinalização de precipitações vislumbradas até agora, ele não descarta a possibilidade de a conta de luz ficar ao longo de ano que vem inteiro com uma taxa adicional, ou seja, com bandeira tarifária amarela ou vermelha.
Fonte: O Estado de S.Paulo
Autor: Luciana Collet
Beta Comercializadora define novo presidente
João Carlos Guimarães assume desafio de liderar operações de comercialização de energia para o fundo CSHG Delta Energia.
A Beta Comercializadora, responsável pelas operações de comercialização de energia do fundo de investimentos CSHG Delta Energia, anunciou João Carlos Guimarães como seu novo presidente. O executivo, com mais de 30 anos de experiência em grandes empresas do setor elétrico, tem passagens por companhias dos segmentos de geração, distribuição e comercialização. A última posição de Guimarães foi a de diretor-geral na EDP Comercializadora por 7 anos, considerada uma das empresas líderes no trading de energia entre os grandes grupos do setor.
“Assumi a Beta Comercializadora motivado pelo ineditismo desse modelo de negócios e por sua capacidade de oferecer soluções diferenciadas ao mercado de comercialização de energia elétrica com o objetivo de aumentar a sua liquidez e reduzir o risco de mercado”, explicou Guimarães.
A comercializadora fará operações de trading direcional e de pré-pagamento de energia, ofertando capital para a comercialização de energia elétrica, e favorecendo o aumento da liquidez, com a redução do risco do mercado. Este modelo é pioneiro na atração de investidores profissionais para o setor e oferecerá retornos financeiros diferenciados, em um momento de taxa de juros decrescentes.
O CSHG Delta Energia é um fundo de investimento fechado, cujas cotas foram distribuídas por meio de uma oferta ICVM476, de teto R$ 1 bilhão. A oferta ficou aberta por apenas 42 dias (entre 21 de julho a 31 de agosto de 2017) e, durante o período, não apenas alcançou a demanda do teto da oferta, como também uma sobre demanda.
A operacionalização do fundo pela Beta Comercializadora foi mais uma oportunidade vislumbrada pelo Grupo Delta Energia dentro do seu portfólio de negócios consolidado ao longo de 16 anos de experiência. Como em operações anteriores a empresa estruturou, em conjunto com seus parceiros, uma opção de investimento inédito, que uniu o mercado financeiro brasileiro com o de comercialização de energia.
Fonte: Canal Energia
Com R$ 1 bi, Beta inicia operações no mercado livre
A Beta Comercializadora, empresa criada pelo fundo de investimentos CSHG Delta Energia e que terá à disposição R$ 1 bilhão, captados pelo Credit Suisse HedgingGriffo (CSHG) e a Delta Energia, iniciará em outubro as operações no mercado livre. A meta da comercializadora é negociar um volume de energia de 1.200 a 1.500 megawatts (MW) médios por ano, se colocando como uma das líderes do mercado.
“O retorno [financeiro], que é pactuado com o fundo, é de 20% a 25% por ano. Em termos práticos, se estamos falando em um patrimônio líquido de R$ 1 bilhão, seria uma margem bruta agregada na comercializadora entre R$ 200 milhões e R$ 300 milhões por ano, ao longo de cinco anos”, afirma o presidente da Beta, João Carlos Guimarães, executivo com longa experiência no mercado de energia e que respondia pela diretoria-geral da EDP Comercializadora, uma das maiores empresas do segmento.
Segundo ele, a estratégia da é atuar no mercado livre de duas formas. Do montante de R$ 1 bilhão, R$ 100 milhões serão destinados à atividade de trading tradicional (compra e venda de energia). Já os outros R$ 900 milhões serão utilizados em operações de pré-pagamento de energia, na qual a companhia comprará uma determinada quantidade de energia, pagando antecipadamente por sua totalidade. Em seguida, a empresa negociará a venda desse bloco, conforme for montando seu portfólio.
“Nosso foco são contratos de um mês a até dois anos [de duração], podendo chegar, em casos excepcionais, até três anos em qualquer submercado”, explicou Guimarães.
O que despertou o interesse do executivo para o negócio foi o modelo inédito criado pelo CSHG Delta Energia, que busca atrair investidores financeiros profissionais para o setor elétrico e oferece retornos diferenciais, em um momento de taxas de juros decrescentes.
“O que me atraiu nesse projeto é que investidores financeiros profissionais, que não investiam no setor produtivo, foram atraídos por um modelo de negócios que busca o capital desses investidores para aplicação no negócio de comercialização de energia”, explicou Guimarães.
Segundo o executivo, o fundo tem um prazo previsto de cinco anos, com possibilidade de renovação pelo mesmo prazo, caso haja interesse dos investidores.
O presidente da Beta destacou ainda o momento oportuno para o início das operações da companhia, enquanto é discutida pelo governo uma ampla reforma no marco legal do setor elétrico, com viés de abertura de mercado. “O governo quer de fato que a energia seja uma commodity. Isso é muito bom para o setor energético e para a operação da Beta. Se a energia de fato for uma commodity, será possível inclusive a operação de uma bolsa de energia, que é o próximo passo que vamos ter no Brasil”.
Por outro lado, Guimarães demonstrou preocupação com o impasse causado pelo déficit de geração hídrica, medido pelo GSF (sigla em inglês para a medida do volume de energia de fato gerado pelas hidrelétricas em relação ao que elas estão autorizadas a comercializar). “Isso está comprometendo a saúde financeira da geração. Para um setor ser pujante, você precisa que as empresas do setor sejam pujantes”, completou.
Fonte: Valor Econômico
Autor: Rodrigo Polito | Do Rio
Setor elétrico espera acionamento da bandeira tarifária vermelha nível 2 em outubro
São Paulo – Especialistas do setor elétrico consideram como muito provável o acionamento da bandeira tarifária vermelha nível 2 em outubro. Esse segundo patamar foi criado em janeiro do ano passado, mas nunca foi utilizada. A esse patamar, a conta de luz tem um acréscimo de R$ 3,5 a cada 100 quilowatt-hora (kWh) consumidos. Em setembro, está valendo a bandeira amarela, com a cobrança adicional de R$ 2,00 a cada 100 kWh.
A expectativa de acionamento da bandeira vermelha nível 2 está associada ao cenário hidrológico ruim que se verifica e ao baixo nível dos reservatórios do País. “Havia uma expectativa de ENA (Energia Natural Afluente, o volume de água que chega aos reservatórios) em setembro que não ocorreu, um bloqueio atmosférico impediu a chegada de frentes frias e das chuvas previstas para o Sul e para o Sudeste”, disse o analista de mercado da consultoria Safira Energia, Lucas Rodrigues. Segundo ele, a ENA da região neste mês já é a pior desde 2010, para setembro.
De acordo com ele, a depender de como se configurar a hidrologia até o início de outubro, o Custo Marginal de Operação (CMO), que é utilizado para determinar a bandeira a ser acionada, pode chegar a R$ 650/MWh, ou até mesmo superar esse valor. O acionamento da bandeira vermelha nível 1 é determinado se o CMO ficar entre R$ 422,56/MWh e R$ 610/MWh. Acima deste valor, é decretada a bandeira vermelha nível 2. “Olhando hoje a condição do sistema para entrada de outubro, o cenário mais provável é da bandeira tarifária nível 2”, disse.
O superintendente de Gestão de Clientes do grupo Delta Energia, Reinaldo Ribas, também considera que a maior probabilidade é de acionamento da bandeira vermelha nível 2. Além da frustração com a previsão de chuvas em setembro, ele lembra que o nível dos reservatórios está muito baixo. “O nível dos reservatórios está pior que em 2014 e 2015, quando o CMO estourou, e em nível quase tão ruim quanto em 2001, quando houve o racionamento de energia”, disse.
Para ele, a situação é “crítica”, tendo em vista também que os mapas meteorológicos sinalizam dias bastante secos pela frente. “A hidrologia no Sudeste está a pior em 40 anos, e se considerada a média do País, é a pior da série histórica inteira”, acrescentou. Ele evitou dar uma estimativa precisa sobre o CMO que pode ser observado em outubro, indicou apenas que trabalha com um nível superior aos R$ 610/MWh que acionam o nível 2 da bandeira vermelha.
Mais cauteloso, o diretor de pesquisas da comercializadora Compass, Gustavo Arfux, afirmou que as simulações da comercializadora apontam para uma chance significativa também de bandeira vermelha nível 1. “Vai depender especialmente da hidrologia entre 30 de setembro até 6 de outubro”, disse, lembrando que as previsões meteorológicas mais precisas ainda não visualizam o período. Ele salientou, porém, que até o fim deste mês não estão previstas chuvas. “Se aparecer uma afluência maior, talvez tenhamos um vermelha nível 1. Se não houver horizonte de chuvas, a chance maior é de nível 2”, afirmou.
Na manhã de hoje, o diretor-geral da Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel), Romeu Rufino, disse que a falta de chuvas deve levar ao acionamento da bandeira vermelha e não descartou a possibilidade de que seja acionado o segundo patamar da bandeira vermelha. “O regime hidrológico é desfavorável, o custo da energia é crescente e o custo de acionamento das térmicas mais caras, dentro ou fora da ordem de mérito, vai elevar o custo da geração de energia”, afirmou Rufino. “É possível que no mês que vem possamos acionar a bandeira vermelha no patamar 2? É possível.”
Fonte: Agencia Estado
Autor: Luciana Collet
Após dois anos de crise, Zona Franca mostra sinais de recuperação
Produtora de bens de consumo de segunda necessidade para o mercado doméstico, a Zona Franca de Manaus começou a dar sinais de saída da crise. O faturamento das empresas da região – hoje mais conhecida como Polo Industrial de Manaus (PIM) – voltou crescer depois de dois anos consecutivos de retração. A reação ainda é tímida e heterogênea entre os setores, mas pode ser verificada pela melhora da situação de emprego na região. “Vínhamos num mergulho muito acelerado. Agora o avião deu uma estabilizada lá embaixo, mas estabilizou”, diz Appio Tolentino, superintendente do PIM. De 2014 a 2016, a região perdeu R$ 12,8 bilhões em vendas nominais – de um total de R$ 87,4 bilhões – por conta da retração da demanda e foram eliminados cerca de 37 mil empregos.
O movimento de queda se inverteu nos primeiros seis meses desse ano, quando o faturamento das empresas avançou 7,69% em relação ao mesmo período do ano passado. No acumulado dos últimos 12 meses, as vendas recuaram 1,66%.
No primeiro semestre, o saldo de empregos voltou a ficar positivo – em 424 vagas. Trata-se uma evolução, se comparado ao desempenho de 2015 e 2016, quando o saldo de empregos foi negativo em 26 mil e 6 mil, respectivamente. Para Tolentino, os sinais são de que muitas empresas consumiram seu estoque, usaram as horas extras, a ociosidade que tinham e agora começam a contratar. “Estamos em um ponto de inflexão”, diz.
Para Gerson Aoki, diretor da Avanplas, de compostos termoplásticos, está claro que há um descolamento da economia da crise política. “Com tudo isso que está acontecendo na política, se não estivesse havendo um descolamento da economia, haveria impactos no câmbio e no juros e não é isso que estamos vendo”, afirma. O empresário diz que o faturamento da Avanplas pode crescer até 10% este ano, impulsionado pelos saques do FGTS. Ele acredita, no entanto, que só vai voltar a contratar mão de obra quando a nova legislação trabalhista entrar em vigor. “Hoje a gente pensa mil vezes antes de contratar, porque o custo de demitir é muito alto. Precisamos de mais flexibilidade”, afirma. De 2014 para cá, a empresa reduziu em 25% – para 40 – o número de funcionários.
Fabricante de cabos para o setor de eletrônicos, a Digicabo cortou pela metade o número de funcionários no ano passado. Foram 50 pessoas demitidas. A empresa ainda não voltou a contratar, mas parou de demitir, explica Gilberto Luccas, um dos sócios da empresa. Ele diz que não há nenhum empresário da Zona Franca na “situação de conforto”, mas também avalia que a economia está descolando da crise política. Luccas acredita que, no ano que vem, haverá uma reação mais clara das vendas. Carlos Harada, diretor industrial da Elsys, fabricante de componentes para a linha branca e para receptores de sinal de televisão, diz que os quatro primeiros meses puxaram a alta das vendas no primeiro semestre. No momento, diz, há uma “estabilização, com perspectiva de alta nos próximos meses”.
De acordo com levantamento da Superintendência da Zona Franca de Manaus (Suframa), a retomada é verificada em setores como eletroeletrônico, informática, químico e termoplástico e telefones, mas ainda não dá sinais em segmentos como aparelhos de ginástica e telejogos.
O segmento que mais sofre, no entanto, é o de duas rodas (motos e bicicletas). O setor, que chegou a representar 21% do faturamento da Zona Franca, hoje responde por 14%, depois de sucessivas quedas no faturamento. “O segmento de duas rodas não reage, porque ainda temos problemas sérios de financiamento ao consumidor”, explica Tolentino, da Suframa.
André Takashi, diretor da G.K&B, indústria de componentes para o setor de duas rodas, diz que o segmento ainda está desovando estoques do período de expansão. “Se houver alguma recuperação nesse setor, vai ficar para o próximo ano”, diz.
Com o horizonte ainda pouco definido, as empresas da Zona Franca são conservadoras ao firmar contratos de compra de energia. “As empresas estão optando por contratar em 2018 o mesmo volume de 2016 e 2017 e, se houver necessidade, fazer um contrato adicional”, explica Ursula Vieira, gerente comercial do grupo Delta Energia, que atende grandes indústrias de bens de consumo, bebidas e do setor de duas rodas da região.
Criada para compensar desigualdades regionais através de incentivos fiscais para atrair empresas a uma região cercada por água, a Zona Franca sofreu nos últimos anos com a concorrência de outros Estados, especialmente da região Nordeste, que concederam benefícios fiscais irregularmente. “A gente ainda atrai empresas, mas não é como antes por conta dessa concorrência”, afirma Tolentino.
Tolentino classifica como “razoável” o projeto para convalidar os incentivos fiscais concedidos pelos Estados com a perspectiva de extinção dos benefício em 15 anos, com a aplicação de um princípio de regressividade. “Para a gente, o ideal seria que todos os incentivos fossem imediatamente proibidos e extintos, mas temos que ter bom senso, porque as empresas agiram de boa fé.” Ele diz que a Suframa estuda abrir dois escritórios fora do país (Europa e Ásia) para acelerar a atração de empresas para a região.
Fonte: Valor Econômico
Autor: Marina Falcão
Delta e Credit Suisse captam R$ 1 bilhão para investir no mercado livre
Comercializadora colocou-se como pioneira, estruturando uma opção de investimento inédito, que uniu o mercado financeiro brasileiro com o de comercialização de energia
A Credit Suisse Headging-Giffo, asset management gerida pelo banco suíço, e a comercializadora Delta Energia, realizaram uma operação inédita no mercado brasileiro de energia ao criar uma opção para que investidores do mercado financeiro pudessem aproveitar as oportunidades do mercado livre de energia no Brasil, que está em crescimento e deverá passar por grandes modificações nos próximos anos. As instituições constituíram um fundo multimercado e conseguiram, em 42 dias, captar R$ 1 bilhão junto a investidores profissionais.
Os recursos formarão o capital social da nova comercializadora Beta Energia, que já tem registro para operar na Câmara de Comercialização de Energia Elétrica (CCEE). O dinheiro foi captado com investidores private do banco suíço e do círculo de relacionamento da própria Delta Energia. O fundo é fechado para aportes e resgates por um período de cinco anos, com a expectativa de entregar retorno ao investidor da ordem de 20% a 25% ao ano. A oferta ficou aberta entre 21 de julho a 31 de agosto de 2017 e, durante o período, não apenas alcançou a demanda do teto da oferta, como também uma sobre demanda.
Segundo Veronica Downey, sócia na Delta Energia Asset Management, o fundo foi criado para unir duas demandas percebidas pelos sócios do Grupo Delta. Se de um lado havia uma demanda por recursos por parte de agentes do mercado de energia, havia também a demanda por produtos de investimento que dessem acesso ao mercado de comercialização de energia elétrica ao investidor profissional do mercado financeiro. “A Delta pensou como poderia unir essa vontade dos investidores e o mercado livre de energia”, disse Downey à Agência CanalEnergia.
Geraldo Mota, CEO da Delta Energia Consultoria Especializada e Gestão de Recursos, explicou que o dinheiro será aplicado integralmente na Beta Energia. “A comercializadora será de propriedade dos cotistas do fundo, mas será gerida pela equipe da Delta.” A Beta oferecerá operações de pré-pagamento e estruturadas de energia. Mota explicou como será o modelo de negócio da nova comercializadora. “O agente tem um contrato que começa em 1º janeiro de 2018 e vai até 31 dezembro de 2021. Pego esse contrato, ao invés de eu pagar mês a mês, trago a valor presente e pago à vista. Essa energia é toda registrada no ato que eu paguei, e posso levá-la para negociação no mercado livre.”
Fonte: CanalEnergia06
Credit Suisse capta fundo de R$ 1 bi com Delta Energia
A Credit Suisse Hedging-Griffo concluiu, em parceria com a Delta Energia, a captação de um fundo multimercado de R$ 1 bilhão. Os recursos vão ser usados para que uma nova comercializadora debaixo da Delta, a Beta Energia, possa aproveitar oportunidades nas transações de compra e venda no mercado livre ou fazer prépagamento de contratos. O dinheiro foi levantando com investidores do private banking do grupo suíço e famílias do círculo de relacionamento da empresa. Fechado para aportes ou resgates por um intervalo de cinco anos, a expectativa de retorno para o investidor é de 20% a 25% ao ano.
Embora de maneira distinta, o movimento marca a presença de mais um participante do setor financeiro no segmento de energia. Um dos lances mais recentes foi o do grupo Brasil Plural que em meados de agosto fechou a compra da comercializadora Celer, do Rio. Em 2010, o BTG Pactual já havia feito a sua estreia no segmento ao adquirir a Coomex, e em 2015 foi a vez da XP Investimentos lançar contratos financeiros de energia elétrica, registrados na Cetip.
A captação do CSHG Delta Energia FIM Crédito Privado Longo Prazo, feita em 42 dias, coincide com um momento em que o novo modelo do setor elétrico do Ministério de Minas e Energia, em fase de consulta pública, prevê a ampliação gradual do mercado livre até 2028, quando todos os consumidores com demanda superior a 75 kW teriam liberdade para comprar de comercializadores ou distribuidoras sua energia. Atualmente, só os grandes consumidores, com demanda mínima de 500 kW, é que têm essa porta de negociação aberta.
Após ter reunido os recursos dos investidores, na estrutura desenhada pela parceria Delta-CSHG para transformar a energia do mercado físico num ativo financeiro, a gestão passa agora a canalizar o dinheiro para um fundo de participações (FIP) que acomoda a Beta Energia – que é o veículo que pode, de fato, fazer as transações na Câmara de Comercialização de Energia Elétrica (CCEE) – e também para um fundo de investimentos em direitos creditórios (FIDC) que centraliza os contratos de recebíveis.
“O fundo vai, ativamente, buscar contratos e negociá-los; estará tomando posição em energia”, resume Diego Fonseca, diretor de operações do private banking da CSHG.
Com o dinheiro levantado a trading dispõe, imediatamente, de um volume relevante de recursos para aproveitar oportunidades no mercado livre. “O fundo passa a ter um capital para poder antecipar pagamentos de energia, já que tem uma série de geradoras com vários compromissos financeiros para construção de usinas, pagamentos de outros empréstimos ou empresas envolvidas na construção de linhas de transmissão”, cita Ricardo Lisboa, sócio da Delta Energia.
Grosso modo, a gestão vai tentar identificar bons momentos para comprar energia barata e ganhar com o spread numa venda futura. No pré-pagamento, negocia energia de um a três anos, faz a compra à vista em vez de pagar mensalmente como é o padrão do setor, e pode carregar o contrato até o vencimento.
A captação ocorreu sob as regras da instrução nº 476 da Comissão de Valores Mobiliários (CVM) para um grupo restrito de até 50 aplicadores. Os executivos da CSHG e da Delta não abriram quantos cotistas, de fato, aderiram ao fundo, que contou com um aporte da própria trading.
As primeiras conversas entre o banco suíço e a Delta começaram há cerca de quatro anos, mas foi no último ano e meio que a ideia amadureceu. Com o ciclo de queda de juros, os investidores também passaram a buscar classes alternativas para o seu capital, aponta Fonseca. A Selic estava em 14,25% ao ano em outubro e agora o mercado já cogita uma taxa de 7% ao ano em dezembro, conforme as projeções do boletim Focus, do Banco Central (BC).
Para obter um retorno potencial da ordem de 20% a 25% ao ano, os investidores abriram mão de liquidez por um prazo relativamente longo e há riscos relativos às transações do mercado de energia, de entrega e recebimento, além dos setoriais. “Dentro do possível, procuramos identificar e mitigar os riscos e para isso contamos com uma experiência de mais de dez anos”, afirma Lisboa. Durante um período de quatro anos, o fundo vai reinvestir o capital e será no quinto ano que passará a devolver o retorno para os cotistas, explica Fonseca. A taxa de administração será de 2% ao ano, com custo de performance de 20% sobre o CDI, cobrado apenas no resgate.
Fonte: Valor Econômico
Autor: Adriana Cotias | De São Paulo
Todas as fichas sobre a cana-de-açúcar
Novos fatores podem reverter quadro atual de retração da bioenergia, tornando os produtos renováveis mais competitivos
Com Com um compromisso firmado no Acordo do Clima (COP21), que prevê redução de 43% das emissões de gases de efeito estufa e aumento para 45% da participação de fontes renováveis na matriz energética nacional até 2030, o Brasil ainda não está numa posição totalmente confortável para atender essas metas, mesmo levando em conta que somos admirados mundialmente pela larga fatia de oferta limpa que conseguimos alcançar ao longo de décadas, hoje na faixa de 43,8%.
No caso do etanol, cuja participação na descarbonização progressiva da frota de veículos leves é essencial, ainda patinamos, apesar de todo o esforço da indústria sucroenergética nos últimos anos, devido a um cenário econômico complexo, que inclui, entre outros fatores negativos, um megaendividamento da ordem de R$ 80 bilhões e cerca de 80 usinas paradas, 45 das quais em recuperação judicial.
Estudo recente da Embrapa Agroenergia avalia também que “dificilmente” o Brasil terá condições de elevar a oferta de biocombustíveis até a meta de 18% da matriz energética brasileira, como estabelecido no Acordo de Paris. O argumento é de que há limites para a produção de etanol, reservando ao biodiesel uma responsabilidade maior de responder ao aumento do consumo.
Mas nem só de perspectivas opacas vive o setor. Jogando a favor há fatores novos que podem reverter o quadro atual ao longo dos próximos anos. Projeções da Empresa de Pesquisa Energética (EPE) mostram que até 2026, a oferta total de etanol deve saltar para 44 bilhões de litros, colaborando para isso a aplicação das diretrizes do RenovaBio. A partir dessa iniciativa, espera-se, inclusive uma nova onda de consolidação acompanhada de um potente foco concentrado no aumento da eficiência.
Em paralelo, mas num mesmo contexto favorável, aparecem também agora uma taxação maior para a gasolina – que recebeu alíquotas maiores de PIS/Cofins – e a inserção do milho, ainda que timidamente num primeiro momento, como matéria prima complementar na fabricação de etanol em usinas do tipo flex – estendendo a oferta para além da safra da cana. Há ainda melhorias progressivas na produção do etanol de segunda geração, ainda na transição da escala experimental para a escala industrial.
Gargalo no etanol
O desafio é grande: oferta interna total de etanol (anidro + hidratado) na safra 2008/2009 estava em 27,5 bilhões de litros e deve fechar 2016/2017 com algo em torno de 28 bilhões de litros, para um consumo interno que ficou em 27 bilhões de litros, em 2016, segundo dados da Unica.
Ou seja, houve quase um empate, quadro que talvez se repita na safra 2017/2018, com o fato de que excedentes da produção de etanol de milho dos Estados Unidos estão entrando no Brasil para suprir lacunas de abastecimento, segundo avalia o sócio da consultoria Strategy& Brasil, Arthur Ramos.
Segundo ele, a justificativa não recai apenas sobre o preço, mas também sobre a demanda interna, que começa a dar sinais de desatendimento. Na opinião dele, o grande desafio é retomar a expansão interna, porque, do contrário, o Brasil passará a ser importador líquido. “Com os volumes excedentes em alta nos EUA, até por conta de uma indefinição do atual governo sobre a participação de biocombustíveis na matriz, existe até um risco de dumping”, alerta. Outro dado que reforça a apreensão do mercado é o licenciamento de veículos flexfuel, que em 2012 alcançou 3,1 milhões de unidades e fechou 2016 com apenas 1,7 milhão, informa a Associação Nacional dos Fabricantes de Veículos Automotores (Anfavea). A representatividade atual é de 71,5% da frota nacional de veículos leves que, no ano passado, somava 36,5 milhões.
Ou seja, se as vendas de carros estivessem em velocidade de cruzeiro, provavelmente haveria um risco de escassez do biocombustível. Na pior das hipóteses isso poderia levar a uma substituição por gasolina, cujo suprimento também pressionaria a balança comercial, já que o parque de refino brasileiro também está perto do limite, o que levaria o mercado a recorrer a importações. Outra saída seria reduzir a participação de etanol anidro na aditivação da gasolina dos atuais 27% para 25%, retrocedendo a patamar anterior a março de 2015.
O histórico desse quadro é conhecido. Luiz Carlos Corrêa Carvalho, diretor da consultoria Canaplan, avalia que houve falta de planejamento para o setor, principalmente durante a gestão Dilma Rousseff. Sem política definida, o etanol acabou “afogado” pela falta de competitividade ante a gasolina, cujos preços foram gradativamente esvaziados da cobrança da Cide, em favor das receitas da Petrobras. “O anidro até que se desenvolveu bem porque passou a contar com uma regulação da ANP que determinou volumes para mistura à gasolina. Já o hidratado foi ‘jogado aos cães’, resultando numa queda de oferta”, dispara. O resultado, resume, é que a safra de cana, hoje na faixa de 650 milhões de toneladas, está 100 milhões de toneladas abaixo do que deveria por falta de investimento na lavoura e na introdução de novas variedades que devolvam às empresas a antiga produtividade de 90 toneladas/ha, hoje estacionada em 70 toneladas/ha.
Somado a isso, o fato é que as usinas até hoje não se recuperaram, assinala Felipe Novaes, especialista da área de agronegócios da Tendências Consultoria, das sequelas vividas durante a crise econômica de 2008, que interrompeu um forte ciclo de investimentos na construção de novas plantas. “Também pesaram questões conjunturais entre 2010 e 2014, com queda de rentabilidade dos produtos e consequente corte nas receitas”, avalia.
Para tentar reverter essa situação é que o atual governo apresentou ao mercado o RenovaBio, programa dedicado à recuperação da oferta de biocombustíveis que, embora ainda em fase de ajustes, vem despertando comentários favoráveis da parte de especialistas e empresários.
“Com o RenovaBio dando uma perspectiva de longo prazo e de estabilidade, sobretudo, valorizando externalidades ambientais positivas, isso cria um ambiente de negócios bastante favorável para retomada de investimentos. Mas não é de uma hora para outra”, avisa Giovani Vitoria, Superintendente de Gás Natural e Biocombustíveis da EPE.
Para ele, se tudo correr bem, haverá uma retomada dos investimentos em novas usinas a partir de 2022. Até lá, acredita-se que, com a sinalização mais clara pelo governo, os investidores vão buscar mais eficiência, fortalecendo as companhias, partindose assim para um novo ciclo de fusões e aquisições, o que está acontecendo, como no caso da compra, por parte da Raízen, de duas usinas do grupo Tonon.
Vitoria, no entanto, não esconde seu entusiasmo pelos negócios complementares que as usinas poderão desenvolver, agregando valor e melhorando a rentabilidade da atividade principal. O futuro das usinas, segundo prevê, é que sejam transformadas em multiplataformas industriais que, além de etanol, açúcar e energia também vão se tornar aptas a fornecer biogás.
O gerente de Trading do Grupo Delta Energia, Bruno Cestaro, também está otimista com o RenovaBio porque acredita que a empresas mais eficientes passarão a ter uma remuneração mais adequada. “Com um horizonte melhor definido é possível planejar melhor as estratégias de expansão”, entende, o que incluiria a abertura de um espaço para as usinas que podem usar o milho, bem como para o etanol de segunda geração.
Chance para cogeração
E a questão toda ainda não se limita exclusivamente ao etanol, afinal, o terceiro produto mais importante, depois do açúcar e do álcool, é a cogeração, devido às suas externalidades ambientais positivas.
A moagem de cana, por sua vez, de onde sai a biomassa, anda oscilando nos últimos anos, consequências de fatores climáticos, e principalmente à baixa disponibilidade de financiamento para manutenção e expansão do plantio, aumento dos custos de cultivo, entre outras flutuações de mercado.
Apesar de ser um negócio atrativo, a maioria das 420 usinas do Brasil não produz energia de sobra para exportação ao Sistema Interligado Nacional (SIN). Somente 170 contam com caldeiras de alta pressão, segundo Newton Duarte, presidente executivo da Cogen.
Precisam, enfim, de investimento para realizarem retrofit de suas instalações, o que, em alguns casos é proporcionado por um parceiro, via criação de uma sociedade de propósito específico (SPE), segregando a cogeração do restante da destilaria, tornando a um negócio independente.
A cogeração acumula 11,5 mil MW, potência equivalente à hidrelétrica de Belo Monte (PA), sendo que 60% desse total está disponível para exportação ao SIN. Elas produziram 21,2 TWh em 2016, equivalente a 6% do consumo nacional e há potencial para multiplicar esse montante por seis a sete vezes.
Espera-se, portanto, que a reforma do setor elétrico – resumida na Consulta Pública 33 – somada ao RenovaBio tragam novo impulso à atividade, segundo o gerente de Bioletricidade da Unica, Zilmar de Souza.
Na opinião do especialista, a previsão da EPE de aumento de 4 mil MW, no PDE 2016, ainda é muito baixa porque inclui todo tipo de biomassa além do bagaço de cana. Já a Agência Nacional de Energia Elétrica Aneel prevê 458 MW de acréscimo este ano; e para 2018 apenas e tão somente 100 MW, reflexo, segundo Souza, da falta de leilões de energia do governo.
“É preciso melhorar isso”, afirma o executivo, lembrando que desde 2011 a modalidade não é contemplada nos Leilões de Energia de Reserva (LER). Em resposta a essa expectativa, o Ministério de Minas e Energia incluiu a modalidade em um leilão do tipo A-4 – nova alternativa de licitação – que está marcado para acontecer em dezembro próximo.
Em paralelo, conta Duarte, a Cogen está trabalhando com o MME para que as usinas possam oferecer ao mercado livre – que necessita de energia incentivada para manter ativa a migração de consumidores especiais – uma parcela além da sua garantia física atual. Segundo ele, as empresas não têm interesse nenhum em liquidar sobras no mercado de curto prazo, porque, mesmo com os valores altos do PLD, correm risco de não receber remuneração alguma pelo fornecimento, já que a judicilização na Câmara de Compensação de Energia Elétrica (CCEE) vem, há meses, travando pagamentos.
O futuro do 2G
Entre as novidades derivadas do negócio principal e que promete revolucionar a produção de etanol, está a tecnologia de segunda geração, que permite fabricar o biocombustível diretamente das fibras da cana ou a partir do bagaço e da palha, permitindo produtividade muito superior, da ordem de 50%, sem ampliar a área de cultivo. Trata-se de processo ainda não inteiramente dominado para produção em larga escala, não só no Brasil, mas também em nível mundial.
Por aqui, a Raízen, companhia que tem a Cosan e a Shell como sócias, já conta com uma usina de etanol celulósico em Piracicaba (SP), desde 2014, em fase de funcionamento comercial. A GranBio, por sua vez, está com uma usina em atividade em Alagoas, praticamente no mesmo estágio de desenvolvimento, procurando ajustar gradativamente os sistemas, e cultivando uma nova linhagem de planta, a chamada “cana energia”, com menos caldo e muito mais biomassa.
Há uma terceira unidade, em São Manoel (SP), de responsabilidade do Centro de Tecnologia Canavieira (CTC), que experimenta uma tecnologia proprietária, ainda fechada a sete chaves, e sobre a qual não aceita falar, segundo justifica, por razões contratuais impostas pelo seu principal financiador, o BNDES.
Na Raízen, a rampa de oferta de etanol 2G, hoje exportado para clientes no exterior, devido ao seu custo diferenciado, prevê, aumentar produção de 7 milhões de litros, obtida em 2016, para 15 milhões de litros em 2017, com possibilidade de dobrar essa oferta no ano que vem, informa Mauro Nardo, gerente de Bioenergia.
Biometano: a revolução
O movimento mais ousado em termos de inovação ainda está por acontecer. Se for bem sucedido, como acreditam os especialistas, pode elevar parcela representativa das usinas a um outro patamar de rentabilidade. Útil para fertilização do solo em doses bem controladas, a vinhaça, resultado da destilação do etanol, sobra em nas usinas e não pode ser descartado, sob risco de estrago ambiental. Estima-se que o setor produza anualmente cerca de 300 bilhões de litros, um verdadeiro estorvo que agora pode ser tornar fonte importante de receita.
Tratada adequadamente em biodigestores, a substância gera um gás com bom percentual de metano, do mesmo tipo que é extraído no mar e em terra pelas companhias de petróleo. Ou seja, esse biogás pode ser usado para substituir óleo diesel dos caminhões que trabalham no transporte de cana das lavouras, como também para gerar energia elétrica em motores ou turbinas ou até mesmo ser injetado nas redes das distribuidoras.
Na prática, segundo o presidente da Abiogás, Alessandro Gardemann, o potencial de produção de biometano nas usinas do Brasil é calculado em 56 milhões de m³/dia, o equivalente a 70% do consumo nacional. “Isso tende a representar um impulso decisivo para um futuro processo de interiorização do gás”, destaca. Na Cogen, as estimativas apontam para algo em torno de 2,5 GW – 1,3 GW médios – em capacidade instalada.
Filtrado e comprimido, esse combustível também pode ser usado em sistemas de geração distribuída. Eles são rapidamente despacháveis, já que bastam cinco minutos para que esses equipamentos atinjam desempenho estável, conta Gardemann.
No Paraná, já há um sistema abastecido por biogás na usina Coopcana, implantada pela GeoEnergética, empresa especializada nesse tipo de tecnologia. A companhia já tem 4 MW instalados e deve ampliar para 10 MW, fora entendimentos em andamento para futuros projetos.
A maior usina a biogás, no entanto, será construída pela Raízen no município de Guariba, junto à usina Bonfim, também operada pela empresa. Ela foi negociada em leilão de energia promovido no ano passado, com potência de 21 MW, informa Nardo, da Raízen. A geradora vai aproveitar sinergias com a usina Bonfim, como compartilhar a mesma subestação.
Mas quem está acompanhando essa movimentação bem de perto e ‘esfregando as mãos com o pensamento orientado para o futuro é a ‘GasBrasiliano. A distribuidora controlada pela Petrobras tem 120 ‘usinas de etanol em seu “quintal”, parte delas distantes apenas 20 ‘km dos gasodutos da companhia, sendo que 40 já estão ‘conectadas ao SIN.
A empresa procura apresentar às usinas as vantagens de contar com suprimento de gás natural para abastecimento de veículos, geração de eletricidade e, claro, como backup para futuros sistemas próprios de biogás que, inclusive, poderão se transformar em novas fontes de alimentação para a rede. O potencial de oferta de biometano na área da distribuidora é estimado em aproximadamente 4 milhões m³/dia.
O diretor Técnico Comercial da concessionária, José Waldir Ferrari, conta que a receptividade dos empresários do setor tem sido muito boa e que há estudos em andamento para a eventual construção de ramais de atendimento às usinas, cujos custos de implantação ficam por conta da GasBrasiliano, desde que firmado o respectivo contrato de fornecimento.
A substituição de diesel por GNV nos caminhões, segunda maior despesa das empresas sucroalcooleiras, explica o executivo, tem despertado grande interesse. Não só porque pode significar uma economia da ordem de 40% nos gastos com combustível – cálculo válido para uma usina média com moagem anual de 2 milhões de toneladas de cana – como também porque pode reduzir significativamente a quantidade de gases de combustão lançada na atmosfera, favorecendo uma eventual certificação ambiental, diferencial importante para exportação de etanol, por exemplo.
Já quanto a geração de energia, a proposta original da GasBrasiliano – que propunha injeção de gás diretamente nas caldeiras de queima de bagaço – evoluiu, graças a uma consultoria do IPT, para uma opção considerada muito mais eficiente, diz Ferrari.
Hoje a proposta envolve a colocação de uma turbina de 6,7 MW de capacidade cujos fornecimento de energia e de gás de escape são usados nos processos industriais, favorecendo portanto uma economia significativa de consumo de bagaço, o suficiente para possibilitar a cogeração por mais tempo ao longo do ano. Condição, inclusive, que torna o empreendimento bem mais competitivo em leilões oficiais de energia promovidos pelo governo.
Fonte: Revista Brasil Energia
Comercializadoras não estão de acordo com bandeira amarela
BANDEIRA AMARELA EM SETEMBRO SINALIZA QUE CRITÉRIO PRECISA SER APRIMORADO, DIZEM ESPECIALISTAS
São Paulo, 25/08/2017 – O estabelecimento da bandeira tarifária amarela para o mês de setembro, anunciado hoje, surpreendeu boa parte do setor elétrico e levantou o alerta de que o critério adotado para definir a bandeira deveria mais uma vez ser aprimorado. Criado em 2015 para sinalizar ao consumidor o custo real de geração de energia, de maneira a contribuir para o consumo consciente da eletricidade, o sistema de bandeiras funciona acrescentando uma taxa à tarifa se os custos são maiores. Normalmente, o custo aumenta quando são acionadas mais termelétricas para compensar a menor geração hidrelétrica decorrente do baixo nível dos reservatórios ou do menor volume de chuvas.
Embora a bandeira tenha passado da vermelha para a amarela entre agosto e setembro, a situação dos reservatórios das hidrelétricas do País ainda inspira atenção, enquanto a hidrologia permanece desfavorável, com a continuidade de uma previsão de chuvas abaixo da média histórica em todo o País. Por isso, a perspectiva para o preço da energia permanece elevada. Na média nacional, a previsão é de afluências em 80% da média histórica em setembro. Com isso, ao final do próximo mês a expectativa do Operador Nacional do Sistema Elétrico (ONS) é que o nível dos reservatórios caiam a patamares entre 57,5% no Sul e apenas 8,7% no Nordeste.
“A Aneel (Agência Nacional de Energia Elétrica) seguiu a regra, e é bom aplaudir a postura da agência de seguir um critério objetivo, que está associado ao custo do sistema. Mas a situação real mostra que cabe um aprimoramento, que deveria ser levado em conta o armazenamento (das hidrelétricas)”, disse o diretor de pesquisas da comercializadora Compass, Gustavo Arfux. O superintendente de Gestão de Clientes do grupo Delta Energia, Reinaldo Ribas, também salientou que a regra estabelecida foi seguida, mas considerou que o resultado acaba confundindo os consumidores, que acabam recebendo a mensagem que a situação melhorou quando na prática continua delicada. “A situação continua ruim, não melhorou, e por conta de uma regra definida há algum tempo, foi estabelecida a bandeira amarela, mas fundamentalmente não tem razão para isso. O ideal para mostrar um sinal de preço seria a vermelha”, afirmou.
O presidente da Associação Brasileira de Pequenas Centrais Hidrelétricas e Centrais Geradoras Hidrelétricas (Abrapch), Paulo Arbex, também defendeu a manutenção da bandeira vermelha, de maneira a sinalizar com a necessidade de poupar água e recuperar os reservatórios das usinas.
O critério atualmente utilizado para definir a bandeira leva em conta o custo variável unitário (CVU) da térmica mais cara a ser despachada no próximo mês. Se esse valor for inferior a R$ 211,28/MWh, a bandeira ficará verde, sem custo adicional na conta de luz; se ficar entre esse valor e os R$ 422,56/MWh, ficará amarela (que adiciona R$ 2 a cada 100 Kwh). Superando tal custo, atinge a bandeira vermelha, que tem dois patamares: o primeiro até R$ 610/MWh, com taxa de R$ 3 para cada 100 KWh e o segundo acima desse limite (R$ 3,50 a cada 100 KWh). A térmica mais cara a ser despachada na próxima semana será a Mauá B3, que tem um CVU de R$ 411,92/MWh, determinando a bandeira amarela. Vale lembrar, porém, que o Custo Marginal de Operação (CMO) para a primeira semana de setembro, considerado o custo ótimo de operação do sistema, está em patamar superior a esse CVU, em R$ 445,86/MWh. Os especialistas explicaram que a diferença entre a térmica mais cara despachada e o CMO representa o valor da água. Isso porque o modelo utilizado para calcular o CMO considera custo mínimo global, que neste caso identificou que a geração hidrelétrica adicional, apesar da pouca água nos reservatórios, é mais econômica do que acionar a próxima térmica da lista. “O despacho de térmicas termina em R$ 411/MWh e o restante do custo operacional representa quanto vale a água. Se tivesse uma térmica com custo de R$ 449,05, ela seria despachada, mas não tem”, explicou Ribas. Acima das térmicas com CVU de R$ 411/MWh, estão usinas com custo marginal de R$ 466/Mwh.
Fonte: Agencia Estado
Autor: Luciana Collet